quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Roberto Frejat: Músico acima de tudo

Por Ed Siqueira 

Ele brinca com a guitarra, ao mesmo tempo, que tem um papo sério com ela por algumas horas em cima do palco. Roberto Frejat é um dos melhores guitarristas brasileiros, está no seleto time do Pepeu Gomes,Kiko Loureiro e Juninho Afram. Cantor por ocupação, compositor por situação e guitarrista por convicção, foi assim que o começo de um doa mais completos artistas foi trilhado. Assumiu a liderança do Barão Vermelho, compôs junto com os outros integrantes da banda carioca as canções (principalmente com Cazuza) para fazer o rico repertório e sempre foi o guitarrista responsável pela levada do Barão, Frejat e seu faro para conduzir o som dos jovens músicos.





“IDEOLOGIA, EU QUERO UMA PARA VIVER”
   
          Frejat se mostrou um amigo racional, o filme “Cazuza: O tempo não para”, ele sempre tinha uma ideia mais plausível para o momento, se mostrou “chato” no contexto daquela época e sempre focado em fazer um som de qualidade, no começo os outros integrantes queriam era mais curtir, beber e fazer som para quem quisesse e pudesse ouvir, claro que Frejat, entrava também nessa onda de Sexo, drogas e Rock N roll, mas esse diferencial de arquitetar o futuro da banda estava em um outro lado do Roberto Frejat: O músico, o jovem e o responsável (com um pé na irresponsabilidade), era algo que ele não podia fugir.





“ESTAMOS, MEU BEM, POR UM TRIZ”

         Cazuza não foi culpado, Frejat não foi culpado, o mundo não foi o culpado. O verdadeiro responsável pela saída do poeta do Barão Vermelho foi o próprio universo chamada “GENIALIDADE”, ou seja, Cazuza não cabia mais em qualquer outro espaço dividido, queria o palco só para ele, cantando o que ele queria cantar e que o resto fosse apenas escolhas também dele. Frejat ficou chateado, a amizade construída pelo os dois ficou extremamente abalada, as futuras músicas assinadas por Cazuza e Frejat estavam prestes a nunca existir, mas para a felicidade de fãs que viam tudo isso como algo pequeno para a grandiosidade de um amor de irmãos fossem jogado pela janela assim. Os dois fizeram as pazes e a música de qualidade deu viva.






FREJAT E A AUTOMAÇÃO NOS VERSOS

        “Segredos” é uma das minhas canções favoritas do repertorio solo de Roberto, uma balada romântica, tocada por um compositor que já se desprendeu dessa ideia de parceiro, Frejat nesta faixa compôs letra e música e arrancou o estigma de musicista.

           Nasci 6 anos depois do show épico do Barão no Rock In Rio 1985, lá o cara vestido de verde e amarelo executava solos perfeitos, era a primeira apresentação da banda para um grande público, adquiri o DVD desse show e aprendi um pouco como se faz música com vontade, era perceptível que aquele momento era um dos mais importantes para todos(Guto Goffi,Maurício Barros,Dé Palmeira,Cazuza e Frejat que comandava a guitarra de forma sem igual). Acompanho a carreira solo de Roberto Frejat como um admirador de sua forma de criar, uma ode ao criador, uma forma de ouvir e concatenar maneiras de sentir a música como elemento de arte, a sensibilidade rítmica, a honestidade com os arranjos das músicas que ele canta do Barão Vermelho e a elasticidade de criar uma levada própria para suas canções em carreira solo. Assim deixo minha reverencia ao grande mestre sonoro, Roberto Frejat, o parceiro de Cazuza, o vocalista do Barão, o cantor que sabe ter a música como foco principal na sua vida artística.




                                 

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