Por Ed Siqueira
Ele
brinca com a guitarra, ao mesmo tempo, que tem um papo sério com ela por
algumas horas em cima do palco. Roberto Frejat é um dos melhores guitarristas brasileiros,
está no seleto time do Pepeu Gomes,Kiko Loureiro e Juninho Afram. Cantor por ocupação, compositor por
situação e guitarrista por convicção, foi assim que o começo de um doa mais completos artistas foi
trilhado. Assumiu a liderança do Barão Vermelho, compôs junto com os outros
integrantes da banda carioca as canções (principalmente com Cazuza) para fazer
o rico repertório e sempre foi o guitarrista responsável pela levada do Barão, Frejat
e seu faro para conduzir o som dos jovens músicos.
“IDEOLOGIA,
EU QUERO UMA PARA VIVER”
Frejat se mostrou um amigo racional,
o filme “Cazuza: O tempo não para”, ele sempre tinha uma ideia mais plausível para
o momento, se mostrou “chato” no contexto daquela época e sempre focado em
fazer um som de qualidade, no começo os outros integrantes queriam era mais
curtir, beber e fazer som para quem quisesse e pudesse ouvir, claro que Frejat,
entrava também nessa onda de Sexo, drogas e Rock N roll, mas esse diferencial
de arquitetar o futuro da banda estava em um outro lado do Roberto Frejat: O
músico, o jovem e o responsável (com um pé na irresponsabilidade), era algo que
ele não podia fugir.
“ESTAMOS,
MEU BEM, POR UM TRIZ”
Cazuza não foi culpado, Frejat não foi
culpado, o mundo não foi o culpado. O verdadeiro responsável pela saída do
poeta do Barão Vermelho foi o próprio universo chamada “GENIALIDADE”, ou seja,
Cazuza não cabia mais em qualquer outro espaço dividido, queria o palco só para
ele, cantando o que ele queria cantar e que o resto fosse apenas escolhas também
dele. Frejat ficou chateado, a amizade construída pelo os dois ficou
extremamente abalada, as futuras músicas assinadas por Cazuza e Frejat estavam
prestes a nunca existir, mas para a felicidade de fãs que viam tudo isso como
algo pequeno para a grandiosidade de um amor de irmãos fossem jogado pela
janela assim. Os dois fizeram as pazes e a música de qualidade deu viva.
FREJAT
E A AUTOMAÇÃO NOS VERSOS
“Segredos” é uma das minhas canções favoritas do repertorio solo de Roberto, uma
balada romântica, tocada por um compositor que já se desprendeu dessa ideia de
parceiro, Frejat nesta faixa compôs letra e música e arrancou o estigma de
musicista.
Nasci 6 anos depois do show épico do
Barão no Rock In Rio 1985, lá o cara vestido de verde e amarelo executava solos
perfeitos, era a primeira apresentação da banda para um grande público, adquiri
o DVD desse show e aprendi um pouco como se faz música com vontade, era perceptível
que aquele momento era um dos mais importantes para todos(Guto Goffi,Maurício Barros,Dé Palmeira,Cazuza e Frejat que comandava a
guitarra de forma sem igual). Acompanho a carreira solo de Roberto Frejat
como um admirador de sua forma de criar, uma ode ao criador, uma forma de ouvir
e concatenar maneiras de sentir a música como elemento de arte, a sensibilidade
rítmica, a honestidade com os arranjos das músicas que ele canta do Barão
Vermelho e a elasticidade de criar uma levada própria para suas canções em
carreira solo. Assim deixo minha reverencia ao grande mestre sonoro, Roberto
Frejat, o parceiro de Cazuza, o vocalista do Barão, o cantor que sabe ter a
música como foco principal na sua vida artística.
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