sábado, 19 de dezembro de 2015

Resenha: Mr Catra e os Templários

Por Renan Soares

                                     

Pois é "rapaziada", após um longo período de espera, finalmente Catra, o pai de todos nós, lançou o CD da sua nova banda de rock "Mr Catra e os Templários", o intitulado "O Retorno é de Jedi", projeto esse que já havia sido anunciado pelo próprio Catra lá pelo início do ano, finalmente teve seu trabalho concretizado agora nesse mês de dezembro.
E para falar um pouco do resultado desse trabalho, irei falar todas impressões que tive da banda desde o momento em que foi anunciado esse projeto, porque afinal, saber que o Catra iria cantar Rock foi uma coisa que pegou muitos de surpresa (apesar que uma coisa que muitos não sabem, é que antes de fazer sucesso no funk, o Catra tocava em uma banda de rock).
Claro, quando li a notícia de que o Mr Catra iria começar uma banda de rock, minha reação foi a semelhante de muita gente: É o que? Mr Catra cantando rock? que doideira é essa? Isso só pode ta errado!"
Era uma coisa que não batia na minha cabeça, e claro, eu em minha curiosidade, fui checar isso com mais detalhes. Na época, eles ainda não tinham lançado uma música completa, a única coisa que havia sido liberada na página deles era um teaser de quarenta e cinco segundos mostrando a banda gravando em estúdio com um trecho da música deles tocando ao fundo.

Como eram apenas quarenta e cinco segundos resolvi parar pra ouvir, e sim, esse quarenta e cinco segundos foram o suficiente para me chamar a atenção. Me via diante de uma grande surpresa, o Mr Catra fazendo um som que agradasse aos meus ouvidos, tanto a letra (que não era nada do tipo "tá me olhando porque quer me dar", ao contrário do que muitos pensariam que fosse) quanto a sonoridade do trecho mostrado me agradaram bastante, já colocando boas expectativas da minha parte nessa banda, isso sem falar que uma coisa era inegável, a voz rouca do Catra batia bem com o som pesado da guitarra.
E assim deixei os meus preconceitos musicais de lado e passei a aguardar pelo material completo, demorou um tempo até a primeira música ser lançada junto com o clipe da mesma, a faixa "O Retorno é de Jedi" chegou acalmando os nervos dos "filhos" que estavam loucos para ouvir o novo som do "paizão".

E claro, quando saiu, não perdi tempo e já fui conferir, e eis o que achei:
Como já disse anteriormente, a voz rouca do Catra bate muito bem com o som pesado da guitarra, e isso já foi um ponto forte para a música ser agradável (principalmente para mim, que tenho uma grande preferência pelo som mais pesado), o riff inicial por si só era bastante instigante e o solo no fim da música também ficou muito bom, nessa parte a única reclamação que tenho a fazer é em relação a percussão (principalmente no início) que ficou estranha (fazendo até mesmo parecer que seria desnecessário a presença desses instrumentos na música), mas isso é uma coisa que foi ajeitada na versão nova que eles liberaram hoje.
Agora, a música teve um ponto negativo que pesou um pouco, que era a sua letra, tipo, sei lá, simplesmente aquela letra com aquela sonoridade pesada não combinava, que fazia a música até ficar um pouco mais "estranha" para os meus ouvidos, e essa sensação piorou ainda mais após descobrir que essa se tratava de uma regravação de um funk antigo do Catra, e eu sinceramente achei isso bem "paia". Tipo, para mim se a pessoa vai entrar em um projeto desse tipo, que foge completamente daquilo que ela normalmente trabalha, faria mais sentido ele fazer composições novas e que se encaixassem mais no estilo, principalmente se tratando do rock onde os fãs costumam ser muito exigentes (a ponto de serem chatos).
Se eu fosse dar uma nota para essa música, seria 6 de 10. Mas como se tratava apenas da primeira música eu mantive minhas expectativas para os próximos lançamentos, ainda esperava ser surpreendido.
Após mais um tempo de espera, a banda libera sua segunda música, dessa vez se tratava da faixa "Tráfico Cultural".

Em questão de sonoridade eu mantenho tudo que disse na música anterior, então não precisamos nos aprofundar nisso novamente (rs). Em questão de letra, já via uma melhora, como a mesma trata de questões sociais, já batia melhor com o som pesado.
Sendo que mais uma vez se tratava de uma regravação de um funk antigo, fazendo com que eu questionasse a partir daí se todas as músicas seriam regravações, e se fossem, para mim seria muito desanimador (e eu já estava começando a ficar desanimado com aquilo). Mas, eu sou um cara que prefere aguardar pelo material completo (no caso, o CD) para tirar suas conclusões.
Ah, e a nota que dou pra essa faixa é 7,5 de 10.
E após mais ou menos seis meses de espera, no dia 17 de dezembro (no mesmo dia do lançamento do novo Star Wars, só pra combinar com o nome rs) a banda lança o álbum completo.
O disco que veio com seis músicas inéditas (as lançadas anteriormente não foram incluídas), e sendo assim falarei de cada uma individualmente, então vamos lá:

1. Simpático

Começando com a primeira faixa, que chegou a ser liberada um dia antes do lançamento do álbum completo. Mais uma vez, foi uma regravação de um funk antigo dele, mas dessa vez foi mais perdoável porque a letra se encaixou bem com o ritmo e o resultado ficou bem agradável, sendo inclusive na minha opinião, uma das faixas que se destaca no disco. Nota 9.

2. Microondas

Não chega a ser uma faixa sensacional, mas também é muito boa, a letra da música conseguiu se encaixar bem com a distorção da guitarra. Se eu fosse dar uma nota para essa música em específico, seria 8 de 10. E sim, essa é mais uma regravação de um funk antigo (rs).

3. Vacilão

E finalmente, chegamos em uma faixa que não se trata de uma regravação (pelo menos em minhas pesquisas aqui não achei nenhuma versão funk dessa música rs), e que pra mim é a melhor do álbum, contendo inclusive uma das melhores letras de todas as músicas que já tinha ouvido da banda até agora (e vale ressaltar também que era essa música que estava sendo tocada no teaser de quarenta e cinco segundos da banda). Simplesmente nota 10.

4. Cativeiro

Essa é aquela faixa que eu costumo dizer que é bem "meia-boca", tem uma letra interessante, mas a sonoridade não ficou muito legal, muito possivelmente por conta da voz que o Catra faz durante ela que é um pouco diferente do usual. Enfim, nota 7 de 10, ficou na média.

5. Sem Mistérios

Sendo essa mais uma regravação de um funk antigo, para mim foi a faixa mais fraca do disco. Pra mim, nem a sonoridade e nem a letra ficaram legais, nota 5 de 10.

6. Filhos da Puta

Encerrando o álbum, temos a faixa onde na minha opinião, o Catra incorporou o espírito do rock por completo, não apenas pela sonoridade pesada, mas também pelo teor "crítico" e "revoltado" que a música passa, coisa típica do estilo e que agrada bastante aos fãs. Outra faixa nota 10.

Agora, fazendo um balanço geral do trabalho como um todo. Foi surpreendente e satisfatório, vindo de um cara que normalmente canta um estilo completamente diferente do rock podemos dizer que o pai de todos nós fez um bom trabalho, atendendo bem as expectativas apesar dos pesares. E é sempre legal ver um artista com essa versatilidade que o Catra se propôs, 
O som feito lembrou bastante algumas bandas de new metal que fazem sucesso atualmente (como Lim Bizkit, que tem uma pegada mais puxada pra rap), e como já tinha falado, a voz do Catra se encaixou muito bem.
Dando uma nota geral para o trabalho completo (deixando claro que não estou fazendo uma média das notas que dei pra cada música individualmente), essa seria 8,5 de 10.
E para você que é mente aberta e está curioso para checar o som, sugiro que vá fundo, vale a pena, e como já disse, se já curtes bandas que normalmente misturam rap com um rock mais pesado (como Limp Bizkit, Linkin Park e Hollywood Undead) as chances de você curtir Mr Catra e os Templários são grandes. E uma boa dica para quem for começar a conferir o trabalho deles é deixar de lado tudo aquilo que você conhece do trabalho do Catra no funk, finge que você nunca tinha ouvido falar do Mr Catra na vida e está conhecendo o seu primeiro trabalho agora. 
Eu mesmo não gosto nem um pouco das músicas do Catra no funk, mas gostei bastante do seu trabalho nessa banda.
Ah, sem esquecer de dar os devidos créditos para os integrantes da banda, Mr Catra e os Templários é formado além pelo próprio no vocal, também tem como integrantes Reinaldo Gore Doom (guitarra), Stanely Zvaig (baixo), Marcello Nunes (bateria) e por Wellington Coelho e Morgan Stern (percussão).
Você pode ouvir o material completo  no Soundcloud da banda

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