quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Nando Reis: O cara que não desligou o motor e acelerou rumo à particularidade

Por Ed Siqueira

            Ruivo profissional, poeta por extinto,  compositor convicto e cantor de suas composições. O cara que trilha seu caminho por lugares sustentados de muito talento, José Fernando Gomes dos Reis, se tornou Nando Reis, entrou para uma promissora banda chamada "Os Titãs" e foi a partir desse logo do destino que ganhou a maturidade e reconhecimento na mídia.

       Contra baixista, magro, usando um óculos de grau , músico de pouca fala, assim Nando começou a sua carreira dividindo o palco com monstros sagrados do rock nacional, em companhia de: Tony Bellotto, Arnaldo Antunes, Marcelo Frommer, Paulo Miklos, Branco Mello , Charles Gavin e Sérgio Britto, dividia parcerias em algumas faixas da banda, como a canção "Marvin".



            Com a saída de Nando Reis dos Titãs, o termo "ex" não seria usado por ele, em um programa comandado por Paulo Miklos, Nando chegou a afirmar: "Uma vez Titãs sempre Titãs", a amizade de Nando com os demais integrantes seguiu seu curso, claro, que, cada qual seguindo rotinas de shows e distantes em quilômetros profissionais pelas agendas da banda e do Nando,mas o espírito de irmandade estava sempre presente.

        A carreira de produtor musical começou meio que timidamente, produziu alguns trabalhos, mas foi na cumplicidade com Cássia Eller que ele soube lhe dar com um amor sem menção a sexo, com um amor arrebatador, foram poucos anos para gozar dessa amizade,interrompido pela precoce morte de Cássia, dirigiu o "Acústico MTV" da cantora e se projetou como um exímio compositor, na voz dela  Nando se fez presente,com: "O segundo sol", "Relicário", "As coisas tão mais lindas".



       Sem Cássia, Nando buscou preencher o vazio das canções que ficaram sem "mãe intérprete" compunha e cantava em seus trabalhos, um novo Nando na velocidade do tempo musical que não para, o lugar desse ruivo e torcedor do São Paulo FC era realmente refazer um trajeto, um caminho mais solitário, ou, com mais responsabilidade , o "EU"  estava presente. Vieram: "Sei" ,"Espatódea", "N" , "Sou dela" , "A letra A".



       Nando é para mim uma espécie de mantra musical, gosto de ouvi-lo, observo muito suas letras e riqueza sonora, sou ouvinte assíduo de suas canções nessas rádios que tocam MPB, trabalhava com o som ligado torcendo para que alguma hora na programação da rádio, ele preenchesse pelo menos três minutos do meu dia. Gosto ainda mais do Nando, pelo seu jeito de demostrar sem ser arrogante, é daqueles seres humanos que faz o que curte e ponto. Não deve satisfação a ninguém, vive pela música e para a música. São pessoas como Nando Reis que engrandecem o cenário musical brasileiro, às vezes, tão atribulado e misturado,mas se soubermos procurar, tão rico culturalmente de "Nandos Reis"        

  

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