quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Ela queria mesmo ser a Cássia Eller



Por Ed Siqueira




Já diz os versos  “Eu quero a sorte de um amor tranquilo”. Eu queria ter a sorte de ter assistido um show da Cássia Eller. A garotinha carioca que não usava meias 3/4  passava longe de ser uma configuração da garota de Ipanema.15 anos se passaram, hoje em uma quinta feira de sol, acordo às 06h30min e ouço no rádio “Por enquanto” autoria de Renato Russo, era a Cássia cantando, tão Cássia, aquele jeito de entender que nada é pra sempre, mesmo acreditando em uma eternidade com data para acabar. Refiz algumas coisas na minha rotina e quando som do automóvel do meu vizinho também experimentou ser Cássia, “O segundo sol” ecoava pela vizinhança e explicava que a obra é mais forte que a morte, prevalecendo sempre a voz rouca e incomparável de uma artista que não se prendia a gênero e fazia da música seu brinquedo preferido.Todos nós somos um pouco Cássia Eller, um pouco tímido, um pouco rock and roll, um pouco sambista, um pouco moleque travesso, o problema Cássia é que “Aeronaves seguem pousando sem você desembarcar”.        


15 canções que ficaram eternizadas na voz de Cássia Eller:



Por enquanto
(Renato Russo)



O segundo sol
(Nando Reis)




Palavras ao vento
(Marisa Monte - Moraes Moreira)




Todo amor que houver nessa vida
(Cazuza - Frejat)





Gatas extraordinárias
(Caetano Veloso)





As coisas tão mais lindas
(Nando Reis)





Relicário
(Nando Reis)





Partido alto
(Chico Buarque)






Admirável gado novo
(Zé Ramalho)




ETC
(Carlinhos Brown / Marisa Monte / Nando Reis )






No recreio
(Nando Reis)







Meu Mundo Ficaria Completo (Com Você)
(Nando Reis)






Nós
(Tião Carvalho)





All star
(Nando Reis)







Malandragem
(Cazuza - Frejat)




terça-feira, 29 de novembro de 2016

George Harrison - A homem, a lenda, o espírito, o Beatle

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Por: Lucas Rigaud

Há 15 anos, George Harrison, o eterno guitarrista, cantor e compositor que deu alma à música da banda britânica The Beatles, muito debilitado por conta do câncer que batalhava desde os anos 90, estava rodeado de muito amor e carinho pela sua esposa, Olivia, seu filho, Dhani, e alguns amigos íntimos, até murmurar suas sábias e últimas palavras: “Amai-vos uns aos outros”.

 Conformado que não teria muito tempo de vida, George partiu para fora do mundo material de maneira tranquila e feliz, longe das câmeras e da chateação da mídia. Em uma das suas últimas entrevistas, foi praticamente pego de surpresa durante uma corrida de Fórmula 1, uma das maiores paixões do músico; apesar de ter primeiramente recusado falar com a repórter que o abordou, Harrison mudou de ideia, mostrando ao mundo pela última vez sua simpatia e humildade. O eterno Beatle não acreditava que o corpo era mais importante que alma, o que, de fato, não é; jamais quis que a mídia registrasse seu corpo enquanto estava se deteriorando, por conta da doença. De acordo com um amigo: “George Harrison não queria a sua fotografia num caixão como epitáfio”.

 George Harrison, na humilde opinião dos Mestres Sonoros, foi e sempre vai ser o verdadeiro mestre do quarteto de Liverpool. Sua simplicidade, humildade e genialidade eram, infelizmente, pouco reconhecidas durante os Beatles, quando a atenção era voltada para os "líderes" da banda, John e Paul. Porém, em carreira solo, Harrison foi o primeiro do Fab Four a obter sucesso, recebendo altos elogios e, finalmente, sendo reconhecido como o gênio que sempre foi.

George Harold Harrison nasceu em Liverpool, Inglaterra, no dia 24 de fevereiro de 1942, porém a data "oficial" de seu aniversário é comemorada em 25 do mesmo mês. Foi o último de quatro filhos do motorista de ônibus Harold Hargreaves Harrison e da funcionária de lojas Louise. George nasceu de uma família católica e descendente de irlandeses.

 A primeira escola que cursara foi a Escola Primária de Dovedale, próximo a Penny Lane, onde curiosamente também fora local de estudo de John Lennon. Passando em seus exames finais, Harrison conseguiu uma vaga no Liverpool Institute For Boys, onde ficou de 1954 a 1959. George disse que, quando tinha 12 ou 13 anos, ele teve uma "epifania" — andando de bicicleta pela vizinhança, ele ouviu "Heartbreak Hotel", de Elvis Presley, tocando em uma casa próxima, e ficou chocado. Ainda que, à época, ele tivesse tido um bom desempenho escolar, ele já havia perdido o interesse pelos estudos. Com 14 anos, ele se sentava ao fundo da sala de aula, tentando desenhar guitarras nos livros escolares: "Eu estava completamente vidrado em guitarras. Eu ouvi que um garoto na escola tinha uma guitarra de três libras e dez xelins, era só um pequeno buraco acústico. Eu pedi três libras e dez xelins à minha mãe; isso era bastante dinheiro pra nós." Harrison comprou um violão Dutch Egmond. Enquanto estava no Liverpool Institute, Harrison formou um grupo de skiffle com seu irmão Peter e um amigo chamado Arthur Kelly. Foi nessa escola que ele conheceu Paul McCartney, que era um ano mais velho. McCartney, posteriormente, se tornaria membro da The Quarrymen, banda de John Lennon, à qual Harrison se juntaria, em 1958.

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 Ao perder interesse pelo skiffle, John Lennon começou a tocar mais rock'n roll e, como já fora mencionado, George entrou na banda em 1958 quando Rod Davis, que tocava banjo, saiu do grupo. Posteriormente, Stuart Sutcliffe (chamado também de Stu) também entrou para a banda como baixista. No verão do mesmo ano, eles gravaram em um disco de acetato de 78-rpm as canções "That'll Be the Day"(composição de Buddy Holly) e "In Spite of All the Danger" (composição de McCartney e Harrison).

   Em 1960, a banda trocou de nome 5 vezes. Stu sugeriu o nome The Beetles (os besouros) em homenagem a banda The Crickets (os grilos), de Buddy Holly. Após uma tournê com Johnny Gentle na Escócia, eles mudaram definitivamente o nome para The Beatles.

 Nos Beatles, a primeira música cantada, mas não escrita, por Harrison foi "Do You Want To Know A Secret", que está no primeiro álbum lançado pela banda chamado Please Please Me. A primeira canção escrita pelo Beatle encontra-se no álbum With The Beatles e se chama "Don't Bother Me". Essa canção fora escrita quando George estava doente de cama em quarto de hotel. A música se tornou curiosa por ser completamente diferente das escritas pela dupla Lennon-McCartney, com um vocabulário mais ousado e frases como: "Vá embora, deixe-me sozinho, não me pertube." Porém, George adquiriu mais sucesso interpretando a canção "Roll Over Beethoven" de Chuck Barry, presente no mesmo álbum.

 No começo da histórica banda, Harrison era visto como apenas um garoto pelos outros integrantes, por o mais jovem entre eles. No auge da Beatlemania, George ganhou o apelido "Quiet Beatle" (Beatle calmo/Beatle quieto) devido à sua timidez e tendência de falar pouco em entrevistas.

  Um dos marcos mais importantes de sua carreira aconteceu durante a turnê nos E.U.A em 1965, quando David Crosby, integrante da banda The Birds, introduziu George à cultura indiana através dos trabalhos do então músico Ravi Shankar. Shankar ensinou ao Beatle tocar cítara, um instrumento de cordas indiano com som mágico e magnífico. George ficou completamente apaixonado pelo som indiano e se tornou um dos principais responsáveis pela introdução da música indiana nos anos 60. Sua primeira introdução de cítara em uma música pop ocorreu na canção "Norwegian Wood" do álbum Rubber Soul.

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 Outro importante acontecimento na vida de George ocorreu durante as filmagens de Help! em 1965, nas Bahamas. Na época, ele começou a se interessar pela religião hindu ao ler um livro sobre reencarnação. Em 1966, ele e sua mulher Pattie Boyd foram à Índia, onde ele conheceu vários gurus, locais sagrados e estudou o sitar. De volta a Inglaterra, George conheceu Maharishi Mahesh Yogi e começou a desenvolver a meditação transcendental. Influenciados por George Harrison, os Beatles foram à Índia fazer meditação espiritual em 1968. Em 1969, produziu o single "Hare Krishna Mantra", interpretado por devotos do templo londrino de Radha-Krishna. No mesmo ano, ele e John Lennon conheceram Bhaktivedanta Swami Prabhupada, fundador da Sociedade Internacional para a Consciência de Krishna (ISKCON). Pouco depois, Harrison abraçaria a tradição Hare Krishna, em particular o canto de mantra usado como meditação privada e chamado japa-yoga, tecnicamente similar ao rosário na tradição católica.

  Em 1966, a partir do álbum Revolver, George começou a demonstrar talento tão incrível quanto ao da dupla Lennon-McCartney, compondo canções de alta qualidade e conseguindo lançar 3 músicas suas no álbum. Em 1968, sua música "While My Guitar Gently Weeps" se tornou a composição de maior sucesso do Beatle, esta está incluída no White Album - The Beatles.

 "Something" foi sua primeira canção a ser lado A de um compacto dos Beatles, a canção também é consideradas uma das mais belas da história e, depois de "Yesterday", é a canção mais regravada dos Beatles. Muitos consideram essa como a melhor composição de Harrison.

 Antes do fim da banda, George já havia lançado dois álbuns solo: Wonderwall Music, de 1968, e Electronic Sound, de 1969. Após a separação da banda, George Harrison foi o Beatle de carreira solo mais vitoriosa. Seu primeiro álbum pós-beatles foi um grande sucesso de público e critica. O All Things Must Pass, de 1970, é considerado por muitos como o melhor trabalho solo de um Beatle e um dos melhores discos da história. Sucesso como "My Sweet Lord", "Isn't It a Pity" e "What is Life" fizeram o álbum atingir o primeiro posto das paradas de sucesso britânicas e norte-americana.

 O maior fato ocorrido em sua carreira foi em 1971: pela primeira vez na história do rock, George Harrison organizou um show humanitário: O The Concert For Bangladesh. O show aconteceu em 1 de agosto no Madison Square Garden, de Nova York, reuniu cerca de 40.000 pessoas e contou com a participação de Eric Clapton, Ravi Shankar, Bob Dylan, Ringo Starr, Leon Russell, Billy Preston e o grupo Badfinger. Os outros ex-Beatles também foram chamados mas só Ringo Starr compareceu. Paul alegou ser muito cedo para reunir a banda novamente e John não compareceu porque o convite não se estendeu a sua esposa, Yoko Ono. O The Concert For Bangladesh foi feito com a finalidade de arrecadar fundos para refugiados de Bangladesh. Em 2005 o álbum foi relançado em CD e em DVD e as arrecadações foram doadas à Unicef.



De forma adicional ao seu próprio trabalho, George Harrison escreveu duas canções para Ringo Starr, "It Don't Come Easy" (creditada apenas a Ringo Starr, lançada como single) e "Photograph" (parceria entre Harrison/ Starr), incluída no álbum Ringo, de 1973. Colaborou com o álbum Imagine (1971), de John Lennon, assim como nas canções "You're Breakin' My Heart" de Harry Nilsson, "Day After Day" de Badfinger, "That's The Way God Planned It" de Billy Preston e "Basketball Jones" de Cheech & Chong.

  No seu disco Living in the Material World, de 1973, está presente a canção "Give me Love (Give me Peace on Earth)", segunda a atingir o primeiro lugar das paradas norte-americanas depois de "My Sweet Lord".

 Em 1980, após o assassinato de John Lennon, George escreveu a canção "All Those Years" em sua homenagem e chamou Paul McCartney, Linda McCartney e Ringo Starr para participarem da gravação. Em 1987, George lançou o álbum Cloud 9, que foi produzido por Jeff Lynne (Electric Light Orchestra). Depois de 5 anos, foi uma volta com reconhecimento de público e de crítica.

George convidou mais uma vez alguns amigos para participar do álbum: Eric Clapton, Ringo Starr e Elton John, além do próprio Jeff Lynne. A canção "I got my mind set on you", escrita por Rudy Clark na década de 1960, atingiu o primeiro lugar nos Estados Unidos e segundo na Inglaterra. A canção "When We Was Fab" em referência aos Beatles conseguiu sucesso mais modesto. No video clip desta canção George aparerece junto com Ringo Starr e Paul McCartney, este fantasiado de leão marinho em homenagem às fantasias usadas no filme Magical Mystery Tour. O álbum alcançou o posto de número 8 nas listas de sucessos dos Estados Unidos e o número 10 nas britânicas, dando a Harrison seu melhor resultado desde Living in the Material World.

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 Na década de 90, George foi diagnosticado com câncer de pulmão e enfrentou diversas cirurgias para elimina-lo. Porém, em 2001 o câncer voltou em metástase. Apesar de tantos tratamentos, a doença já estava no seu estado terminal e o Beatle sabia que não lhe restava muito tempo de vida.
 No dia 29 de novembro de 2001, nosso querido George nos deixou e partiu para um lugar melhor ao lado de sua Divindades. Seu corpo foi cremado e suas cinzas jogadas no rio Ganges (ou no rio Yamuna) na Índia.

 Exatamente um ano após sua morte, Olívia Harrison, sua mulher, e Eric Clapton, seu amigo, organizaram o Concert for George, no Royal Albert Hall, em Londres. O concerto contou com a presença do filho de George, Dhani, além de grandes amigos como Paul McCartney, Ringo Starr, Eric Clapton, Billy Preston, Ravi Shankar, Tom Petty, Jeff Lynne, Jim Capaldi, Jools Holland, Albert Lee, Sam Brown, Gary Brooker, Joe Brown, Brian Johnson, Ray Cooper, integrantes do Monty Python e Tom Hanks.

 George Harrison ocupa o 11º lugar na lista dos 100 maiores guitarristas da história segunda a revista Rolling Stone e sem dúvida é um músico que mudou completamente o solo estilo rock'n roll e que jamais será esquecido.


 A simplicidade, humildade, o silêncio por fora, mas por dentro uma alegria inesgotável, as letras, a voz, os solos, tudo isso fez desse homem um dos maiores gênios musicais que o mundo já viu. Agora, George pode tocar seu inesquecível solo de guitarra ao lado do seu “Doce Senhor” por toda a eternidade, enquanto gentilmente choramos de saudade.

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quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Como ser craque e versátil ?

 
  Sim, é claro que é possível. Hoje o astro folk Bob Dylan venceu o prêmio Nobel do ano em literatura. Ele que também entende muito de artes cênicas e plásticas.
  A academia sueca considerou que Dylan, atualmente com 75 anos, "criou novas expressões poéticas dentro da grande tradição da música americana"; onde, de fato, ele inseriu dentro de suas composições os seus ideais e pensamentos. Embora não seja o grande motivo que o levou a faturar a medalha, vale ressaltar que no âmbito da literatura as suas obras mais notáveis são: Tarantula (1971) e Chronicles Vol. 1 (2005) .
  No Brasil temos exemplos iguais de músicos que também designam outra arte, a exemplo de Vinícius de Moraes ( 1913 - 80 ) e Chico Buarque, que ambos também se aventuraram na literatura e conseguiram. Agora, imaginem quantos versáteis será que existem e não sabemos ?

#PorUmMundoComMaisArtistasVersáteis
 

sábado, 8 de outubro de 2016

Dia do Nordestino: O Nordeste na MPB





ALGUNS NOMES QUE NASCERAM NO NORDESTE QUE CONTRIBUEM COM A MÚSICA POPULAR BRASILEIRA: 




Chico César (Catolé do Rocha, PB)



À primeira vista
(Chico César)





Zeca Baleiro (Arari, MA)


Telegrama
(Zeca Baleiro)





Djavan (Maceió, AL)


Oceano
(Djavan)






Caetano Veloso (Santo Amaro, BA)


Nosso estranho amor
(Caetano Veloso)



Gilberto Gil (Salvador, BA)


Aquele abraço
(Gilberto Gil)






Lenine (Recife, PE)


Paciência
(Dudu Falcão - Lenine)







Chico Science (Olinda,PE)

A cidade
(Chico Science)







Herbert Vianna (João Pessoa, PB)


De perto
(Herbert Vianna)






Maria Bethânia (Santo Amaro, BA)


Olhos nos olhos
(Chico Buarque)







Gal Costa (Salvador, BA)



Baby
(Caetano Veloso)









sexta-feira, 30 de setembro de 2016

A CRIATURA E O CRIADOR: "Trovoa" de Maurício Pereira






    Maurício Pereira - Compositor


       Álbum Pra Marte


   

    Maria Gadú - Intérprete        


                   Álbum: Guelã



Música:Trovoa
Compositor:Maurício Pereira
Lançamento: 2007 "Pra Marte"






Regravada por Maria Gadú em 2015 mo álbum "Guelã"


 


domingo, 11 de setembro de 2016

RESENHA: Maximus Festival 2016 - São Paulo

Por Renan Soares

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No último feriado da independência (7 de setembro, quarta-feira), São Paulo presenciou um mega- evento que contou com a presença de grandes nomes do rock/metal da geração atual, os headbangers que compareceram ao Autódromo de Interlagos presenciaram shows de grandes nomes como a banda alemã Rammstein, do excêntrico Marilyn Manson, do Disturbed, do Bullet For My Valentine, e muitas outras, tendo sido 12 horas seguidas de muito som pesado e contando com três palcos, dois principais e um "secundário".
As filas para o show já se formaram desde manhã cedo, as 6 da manhã já se encontrava um bom número de pessoas esperando a abertura dos portões no lado de fora do autódromo. Os ingressos não chegaram a esgotar, mas, mesmo assim o número de pessoas que compareceram foi grande, e no fim é isso que importa, tanto que já foi confirmado o Maximus de 2017 para 20 de maio do ano que vem no mesmo Autódromo de Interlagos. Só espero que dessa vez a divulgação seja do mesmo nível que é a do Rock In Rio e que pelo menos algum canal de TV faça cobertura, o que na minha opinião, é obrigação para um festival desse porte.
Mas enfim, voltando para o que realmente interessa. Quando os portões foram abertos, a fila em Interlagos já começava a dar a volta no quarteirão, e por alguma razão que eu não sei dizer (pois estava lá atrás na fila) a entrada inicialmente foi lenta, mas após uma hora e meia, ela foi acelerada após os organizadores a ajeitarem de uma forma que andasse mais rápido.
Já na entrada do local, você já recebia uma pequena demonstração do que seria a estrutura do lado de dentro, já que no próprio arco de entrada via-se alguns pequenos efeitos pirotécnicos, o que já era um sinal de que o dia prometia.
                                           

Antes de começar a falar das apresentações, vou logo avisando que como houve apresentações ocorrendo simultaneamente, certamente, não acompanhei todas, do palco "secundário" (Thunder Dome) acompanhei apenas as bandas Ego Kill Talent e Project46, e dos dois palcos principais, não acompanhei apenas os shows da banda Hellyeah e Black Stone Cherry, por isso, se você está esperando a avaliação de apenas alguma dessas bandas que não vi, sugiro que feche o texto agora e vá procurar coisa melhor para fazer porque irás se decepcionar, no mais, sigam-me os bons.
                                           
                                           

Começando os trabalhos no palco Thunder Dome ao meio-dia, tivemos a banda paulista Ego Kill Talent, banda essa que eu mesmo nunca tinha parado para ouvir antes do festival.
O show deles contou com um público baixo e um tanto que apático, o que é uma coisa normal de acontecer com as bandas de abertura desse tipo de festival, então, não é nenhuma razão para se perder a cabeça.
No geral, eles fizeram uma boa apresentação e digna para abrir com grande estilo esse grande festival que prometia grandes apresentações, e espero que esse show tenha sido uma boa porta de entrada para eles para outros grandes eventos no futuro, porque eles merecem.

                                         
                                        
                                        
Começando agora os trabalhos nos palcos principais (no palco Rockatansky para ser mais exato), a banda Steve n Seagulls subiu à uma da tarde para levantar o público em Interlagos, o grupo que entre todos aqueles que iam tocar no festival, era o mais peculiar. Porque a ideia deles é tocar covers de músicas de metal conhecidas de uma forma bem "country", se utilizando de instrumentos não muito convencionais no metal, como o banjo, por exemplo (e sem guitarras elétricas).
Não sou um cara muito fã de bandas que se foquem apenas em tocar covers e também estou muito longe de ser um apreciador do som do grupo, mas, para abrir as atrações principais até que serviu direitinho, porque afinal de contas, o público adora ouvir os grandes clássicos do metal seja lá em que versão for, e isso sem falar que as danças "caipiras" que o público fazia durante as músicas eram impagáveis (rs). Ou seja, a apresentação deles serviu bem como um bom "esquente" para o que estava por vir.

                                          
                                                    

Tendo menos de cinco minutos de intervalo entre uma banda e outra, as atenções ficaram todas voltadas para o Palco Maximus, onde a banda americana Hollywood Undead começou a sua apresentação. O grupo que chama a atenção por conta de sua máscaras de hockey (que a utilizaram apenas nas duas primeiras músicas), tem um som que é uma mistura de rap com uma pegada pesada do rock.
Junto com o Steve n Seagulls, a banda era a segunda atração com um som um pouco mais diferentes das outras que iriam se apresentar, e mesmo com um público ainda apático, eles conseguiram fazer uma boa apresentação, animando todos aqueles que estavam lá presentes para vê-los, isso tendo apenas meia-hora de apresentação (assim como a banda anterior) e um setlist que se focou mais nas músicas do seu último disco, o "Day Of The Dead".
O único ponto negativo que tenho para falar da apresentação, é a suspeita que tenho de que pelo menos algum dos seis vocalista (sim, são seis rs) utilizam playback, porque há momentos em que a voz deles (não de todos) ficaram muito artificiais e com muito efeito para parecer que estavam cantando ao vivo, mas enfim, isso é uma coisa que não posso provar.

                                     
                                     
Uns 10 minutos após o fim do show do Hollywood Undead, o público voltou a se aglomerar em frente ao Palco Rockatansky para aguardar o início da apresentação do Shinedown, essa que infelizmente acabou sendo a decepção do festival (mas não por culpa deles, já deixando isso claro).
Assim como as duas primeiras bandas, foi dado ao Shinedown apenas meia-hora de apresentação, o que é considerado um tempo muito curto para um show, então, podemos dizer que as coisas já começam erradas a partir daí, mas como dois grupos já tinha se apresentado com esse tempo, isso não deveria ter sido um empecilho, mas acabou sendo e vocês entenderão o porquê.
O show acabou sendo marcado por problemas técnicos, tendo a primeira música sido tocada sem que se conseguisse ouvir o vocalista Brent Smith, e quando conseguiram "ajeitar" isso, ainda assim o som estava muito baixo e muitos dos que estavam longe do palco não conseguiam o ouvir cantar, fazendo com que eles acabassem perdendo um tempo precioso (que já era curto) tentando ajeitar esse problema, que acabaram não conseguindo.
Por conta disso, eles fizeram o setlist mais curto de todo o festival, tendo tocado apenas 4 músicas, deixando todos aqueles que vieram para vê-los decepcionados (principalmente os que foram apenas para vê-los). Dessa forma, a apresentação foi encerrada com o Brent pedindo desculpas ao público pelo ocorrido e deixando no ar uma possível volta no futuro para um show melhor e mais completo.

                                        
                                        

Após o Shinedown, o Hellyeah subiu no palco Maximus, mas como já disse no início do texto, não acompanhei nem esse e nem o show que veio após eles (o Black Stone Cherry), peço desculpas aos fãs da banda que não foram ao festival que queriam saber um pouco mais sobre suas apresentações, mas, eu não poderia deixar de conferir no palco Thunder Dome o show da banda paulista Project46, eles que atualmente são considerados uma das maiores revelações do metal nacional.
O nome do Project46 já tem uma certa relevância dentro da cena metal brasileira, tanto que mesmo tendo sido colocados para tocar em um palco com menor estrutura, eles conseguiram arrastar um bom público para a sua apresentação.
E como não podia ser diferente, quem esteve no show deles presenciou um dos "circle pits" mais violentos de todo o festival, o que não podia faltar, afinal, show do Project46 sem uma boa roda punk não é um show do Project46 digno (rs).
Como sempre, a banda conseguiu cativar o público com o seu som pesado, agressivo e cativante, e sempre mandando seu recado com suas músicas que normalmente contêm críticas a sociedade atual, tocando como eles mesmo dizem, o "foda-se".
Por isso, digo com toda certeza do mundo de que a banda não merecia ter tocado em um palco menor, e sim, em um dos palcos principais, mas infelizmente, a organização do festival achou melhor fazer essa "segregação" fazendo com que todas as bandas brasileiras se apresentassem no Thunder Dome, o que eu sinceramente acho uma falta de consideração com o metal nacional.
                                            
                                                           

Após o fim do show do Project46 e descansar um pouco durante a apresentação do Black Stone Cherry, voltei para a frente do Palco Maximus para aguardar a hora da bela Lzzy Hale e sua turma se apresentarem. Era a hora do Halestorm.
A partir desse momento, com os shows das bandas principais se aproximando, o público em frente aos dois palcos começava a aumentar consideravelmente, mas mesmo assim, o público presente no show do Halestorm pareceu estar um tanto que apático, mas, ainda assim a banda não deixou de fazer uma boa apresentação, e claro, a Lzzy mais uma vez mostrou até onde consegue levar a potência do seu vocal em seus solos.
No mais, foi um bom show onde a platéia se preocupou bem mais em apenas assistir.

                                             
Chegando finalmente em uma das atrações mais esperadas, logo após o Halestorm, o Bullet For My Valentine subiu no palco Rockatansky para animar o público presente no Autódromo de Interlagos. Pouco antes de seu início, o público já gritava fortemente o nome da banda quando alguns dos integrantes mostravam a cara na parte de trás do palco para espiar o como estava a platéia, fazendo com que boa parte dos presentes fossem ao delírio quando eles entraram no palco.
Infelizmente, nesse show o microfone do Matt Tuck estava baixo, e isso não foi ajeitado mesmo com o público fazendo sinal ao pessoal do som para aumentar o volume (ao que parecia, o problema era naquele palco em específico), mas felizmente, isso não atrapalhou muito a apresentação e nem a animação do público, tendo eles cantado todas as letras junto com a banda do início ao fim e formado algumas rodas punk ao longo da pista.

                                                        
                                                        

Após finalmente o sol se por e a lua dar o seu brilho nos céus de São Paulo, era a hora do Disturbed subir no palco Maximus e levantar o público em Interlagos.
A partir desse momento, principalmente para aqueles que estavam na grade, já era difícil se mexer até mesmo para levantar o braço para acompanhar a música, pois basicamente todos presentes tinham se posicionado em frente aos dois palcos para acompanhar as três últimas apresentações do dia.
O Disturbed atendeu as expectativas e fez um bom show, animando bastante a galera (principalmente na hora em que tocaram "Killing In The Name", do Rage Against The Machine). Mas podemos dizer que o ponto do alto da apresentação foi quando eles tocaram a música "The Sound Of Silence", canção essa que foi eternizada pela dupla Simon & Garfunkel, nesse momento, acenderam-se os isqueiros e as lanternas de celulares e Interlagos passou a cantar em uma só voz.
Por outro lado, nesse show eu pude comprovar uma coisa que já dizia há um bom tempo, a potência vocal do David Draiman ao vivo é muito abaixo da que é mostrada nos álbuns de estúdio da banda.

                                                 
                                                 

Indo agora para o última apresentação no palco Rockatansky, foi chegada a hora de Interlagos ir abaixo ao som do excêntrico Marilyn Manson.
O Disturbed não tinha ainda encerrado sua apresentação por completo quando os fãs começaram a clamar pelo nome do cantor na platéia, aliás, ele era a segunda atração principal do dia, e claro, só podíamos esperar um grande show em alto nível, e foi exatamente isso que o Manson nos entregou.
Mostrando toda a sua excentricidade que o deixou famoso, Marilyn Manson e sua banda levantou o público de uma forma que nenhuma banda que tocou antes dele tinha conseguido ainda. Das "excentricidades" mostradas no palcos, além das pesadas maquiagens utilizadas por ele e sua banda (que é o de menos), também teve os cabos de microfone em formato de soco inglês e de faca, isso sem falar nas vezes em que ele colocava as mãos dentro da calça.
O ponto negativo que posso ressaltar no seu show ocorreu apenas no final, quando ele começou a fazer intervalos muito longos entre uma música e outra (que normalmente era para troca de figurinos), o que acabou deixando muitos na platéia agoniados, principalmente os fãs do Rammstein que aguardavam ansiosamente o show da banda que vinha logo a seguir.

                                                 
                                                      

E finalmente, chegou a hora da atração que todos esperavam ansiosamente, era a hora do Rammstein subir no palco Maximus com toda a sua mega-estrutura para fechar o festival com chave de ouro, ou melhor, de fogo, porque isso não faltou com os seus efeitos pirotécnicos.
Pouco antes do início do show, os telões do Autódromo de Interlagos começaram a fazer uma contagem regressiva de 60 segundos para o início da apresentação do Rammstein, contagem essa que o público acompanhou com a muita ansiedade.
Quando o cronômetro zerou e as cortinas colocadas no palco caíram, a banda já mostrou um pouco da sua grande estrutura com os guitarristas descendo de uma plataforma vinda da parte de cima do palco e com os primeiros efeitos pirotécnicos. E mesmo em alemão, o público não deixou de cantar as letras das músicas do início ao fim.
A banda se apresentou de uma forma que eu pelo menos costumo apreciar bastante, com pouca conversa fiada e bastantes músicas (o vocalista Lindemann poucas vezes parou para conversar com o público, tendo apenas arriscado algumas palavras em português no fim da apresentação para agradecer a presença do público).
Entre os efeitos pirotécnicos que surpreenderam os fãs estavam as máscaras/lança-chamas colocadas por Lindemann e os guitarristas na música Feuer Frei!, o banho de faísca que o tecladista Lorenz em Ich Tu Der Weh, o tiro de "fogos de artifícios" dado pelo vocalista em Du Hast que foi e voltou explodindo no palco e o lança-chamas que saía das guitarras na música Link 2 3 4.
Uma coisa posso dizer, a pessoa pode até não gostar do Rammstein, mas com certeza iria gostar pelo menos da sua apresentação, porque é simplesmente um espetáculo a parte.
Encerrada as apresentações, vamos agora para as considerações finais do festival:
Antes de tudo, claro, foi um show inesquecível, a organização funcionou muito bem, principalmente na questão da pontualidade das apresentações, e a ideia das coisas dentro do evento serem vendidas em "metals" (que sério um tipo de crédito que você comprava antes do festival para poder consumir as coisas lá dentro) funcionou bem, e evitou que muitos ficassem levando muito dinheiro para o local evitando uma possível perda, a única coisa que pode melhorar em relação a isso é se eles divulgassem a tabela de preços das coisas no evento antes dele acontecer, para que todos tivessem a noção básica de quantos "metals" ele iria precisar, coisa que muitos reclamaram.
A estrutura certamente não ficou devendo em nada e nenhuma confusão foi registrada, no geral, as coisas ocorreram nos conformes.
Algumas partes negativas já citei antes, mas irei reforça-las agora. Primeiramente, garantir que problemas de som como os que ocorreram no show do Shinedown não aconteça novamente, investir mais na divulgação do evento visando o público fora de São Paulo, para que haja um grande público não apenas das regiões Sul e Sudeste, mas também de todo o Brasil, ter um meio de transmissão dos shows para aqueles que não puderem ir, seja ele através de algum canal de TV ou via Internet. E por último, mas não menos importante, não deixar todas as bandas brasileiras concentradas apenas em um palco com menor estrutura, porque o metal brasileiro também merece respeito e consideração, por isso, também seria justo que algumas bandas locais também tocassem nos palcos principais.
E assim, esperamos não apenas que o Maximus Festival 2017 seja tão bom quanto o desse ano, mas também que ele seja 10 vezes melhor.

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

A Trilha Sonora de Aquarius

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Por: Lucas Rigaud

 "Aquarius", o filme nacional mais esperado do ano, dirigido pelo cineasta recifense Kleber Mendonça Filho, não só passa uma excelente mensagem de luta, resistência, razão e amor, como pode ser conferido na crítica escrita por mim clicando aqui, mas também uma verdadeira aula de música.

 O filme, que estreou ontem no circuito comercial, possui uma trilha sonora muito além do que pode ser considerado digno, contando com verdadeiros clássicos da música nacional e internacional. "Aquarius" é um filme que praticamente gira em torno da música, uma vez que a personagem principal Clara, divinamente interpretada pela atriz Sônia Braga, é uma jornalista e crítica musical aposentada, além de ser uma colecionadora de LPs clássicos. 

 A música, em todos os momentos do longa-metragem, casa perfeitamente com a cena da qual o som e a melodia são escutadas, o que é observado logo no começo do filme, onde a música "Another One Bites The Dust", do Queen, está perfeitamente encaixada em um momento de descontração na praia de Boa Viagem. Os versos de "O Quintal do Vizinho", de Erasmo Carlos, e "Hoje", de Taiguara, são as provas definitivas de que a beleza do filme não se dá apenas pela história, ou pela brilhante personagem de Sônia Braga, mas pelo som ao seu redor (se me permitem a referência ao primeiro longa-metragem de Kleber Mendonça Filho).

 As principais músicas que compõem a trilha sonora de "Aquarius" são: 

Hoje - De Taiguara, canção que abre o disco de mesmo nome, lançado em 1968 pelo artista brasileiro nascido no Uruguai. A canção é tema de abertura do filme.



Another One Bites The Dust e Fat Bottomed Girls - Do Queen. A primeira canção é um funk rock no melhor estilo disco escrita pelo baixista John Deacon, para o álbum "The Game", de 1980. A segunda é um clássico controverso (devido ao título "garotas da bunda grande"), escrito pelo guitarrista Brian May e lançado como single em 1978. 






 O Quintal do Vizinho - Clássico de Roberto Carlos, escrito pelo seu parceiro de músicas Erasmo Carlos e lançado em 1975.




 Dois Navegantes - Canção da cultuada banda de rock progressivo pernambucana Ave Sangria, que tem uma importante participação no filme. Há uma cena em que a personagem Clara é entrevistada por uma jovem repórter do Diario de Pernambuco e diz que o primeiro e único álbum de estúdio gravado pelo grupo tem 41 anos mas parece de sido feito nos dias de hoje. "Dois Navegantes foi escrita por Almir de Oliveira e lançada juntamente com o disco em 1974.


Jeito Estúpido de Te Amar - A canção, tratada por Clara como uma declaração amorosa obrigatória, ainda mais quando é cantada por Maria Bethânia, é original de Isolda e Milton Carlos.




 Outras grandes canções presentes no filme são: "Recife, Minha Cidade", do Rei Reginaldo Rossi; "Toda Menina Baiana" e "Pai e Mãe", de Gilberto Gil; "Sentimental Demais", de Altemar Dutra; "Sufoco", de Alcione; "Nervos de Aço", de Paulinho da Viola, entre outras que podem ser conferidas na playlist do Spotify.

Confira: https://open.spotify.com/embed/user/sydfilmfest/playlist/5kanwFnqmjDSXRvkP1ljsz

sábado, 6 de agosto de 2016

Especial Vander Lee: A MPB desfalcada




Vander Lee, nunca é tarde para agradecer um verdadeiro talento por sua contribuição a música brasileira. Nascido em Minas Gerais, o cantor e compositor é dono de sucessos como: ”Onde Deus possa me ouvir”, “Contra o tempo”, “Iluminado”, “Esperando aviões”, entre outras obras que foram gravadas por consagradas vozes da MPB:Gal Costa,Maria Bethânia,Elza Soares. Vai em paz poeta!


VAMOS OUVIR AS CANÇÕES DE VANDER LEE?


Alma nua
(Vander Lee)






Esperando aviões
(Vander Lee)




Do Brasil
(Vander Lee)






Estrela
(Vander Lee)







Contra o tempo
(Vander Lee)