Por Ed Siqueira
Chão
rachado, vegetação escassa, temperatura elevada e a fome sempre no enredo do
sertão brasileiro. Antes, o silêncio era predominante, as pessoas que vivam
longe desta realidade não tinham conhecimento e acesso a essas informações. De
repente, a música muda tudo isso, aparece um nordestino de Exu, interior de
Pernambuco e grita musicalmente os problemas enfrentados pelos sertanejos.
Há
103 anos, nascia o cara que jamais deixaria a sanfona em segundo plano, nascia
o menino Luiz, filho do conceituado sanfoneiro da região, Januário. Luiz Gonzaga
mudou a música nordestina, a quebra de preconceitos , e fazia desse
ritmo(baião) o seu castelo, o rei do baião, ao som de “A vida do viajante”, último pau
de arara”, Que nem jiló” e claro a lendária “Asa branca”.
Em
sua terra natal ganhou estatua, mais que isso, ganhou nome de rua, passou a ser
chamado de GONZAGÃO por causa do diminutivo, seu filho que surgia na música
popular brasileira como GONZAGUINHA.
Como
grandes personagens da história, Luiz Gonzaga não fugia das suas
particularidades: Gibão de couro, chapéu, óculos escuros e nos ombros, seu
inseparável instrumento musical, a sanfona, a “menina” da vida do rei do baião.
Gonzaga
passou a barreira de ser apenas um cantor e compositor, está no patamar dos mitos,
o percussor, a voz de tantos que lutavam contra seca, o homem que trilhou com
chinela de couro, as ruas de poeira do sertão e as ruas da zona sul do Rio de
Janeiro. A mim só resta aprender com Luiz Gonzaga sempre, ele se foi, mas ao
mesmo tempo sua música resiste, e como resiste! Quando vejo me pego cantando a
alegria de Luiz Gonzaga, não vai nascer outro!
Ah...
Antes que me esqueça: “Luiz, respeite Januário”
Valeu
seu Lula
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