domingo, 13 de dezembro de 2015

Luiz Gonzaga: Mais de um século de sanfona, alegria e sertão

Por Ed Siqueira 

Chão rachado, vegetação escassa, temperatura elevada e a fome sempre no enredo do sertão brasileiro. Antes, o silêncio era predominante, as pessoas que vivam longe desta realidade não tinham conhecimento e acesso a essas informações. De repente, a música muda tudo isso, aparece um nordestino de Exu, interior de Pernambuco e grita musicalmente os problemas enfrentados pelos sertanejos.

Há 103 anos, nascia o cara que jamais deixaria a sanfona em segundo plano, nascia o menino Luiz, filho do conceituado sanfoneiro da região, Januário. Luiz Gonzaga mudou a música nordestina, a quebra de preconceitos , e fazia desse ritmo(baião) o seu castelo, o rei do baião, ao som de “A vida do viajante”, último pau de arara”, Que nem jiló” e claro a lendária “Asa branca”.        
Em sua terra natal ganhou estatua, mais que isso, ganhou nome de rua, passou a ser chamado de GONZAGÃO por causa do diminutivo, seu filho que surgia na música popular brasileira como GONZAGUINHA.

Como grandes personagens da história, Luiz Gonzaga não fugia das suas particularidades: Gibão de couro, chapéu, óculos escuros e nos ombros, seu inseparável instrumento musical, a sanfona, a “menina” da vida do rei do baião.

Gonzaga passou a barreira de ser apenas um cantor e compositor, está no patamar dos mitos, o percussor, a voz de tantos que lutavam contra seca, o homem que trilhou com chinela de couro, as ruas de poeira do sertão e as ruas da zona sul do Rio de Janeiro. A mim só resta aprender com Luiz Gonzaga sempre, ele se foi, mas ao mesmo tempo sua música resiste, e como resiste! Quando vejo me pego cantando a alegria de Luiz Gonzaga, não vai nascer outro!

Ah... Antes que me esqueça: “Luiz, respeite Januário”
Valeu seu Lula


                 

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