domingo, 18 de outubro de 2015

Resenha: Tarja Turunen em Recife

Por Renan Soares

                                                       
Na noite de ontem (17/10), a cantora finlandesa, Tarja Turunen, se apresentou pela primeira vez em Recife, a vocalista trazia a turnê "Colours In The Road", divulgando seu último álbum lançado em 2013, o Colours In The Dark.
A cantora, que ficou famosa após ser vocalista do Nightwish por nove anos, tocou por quase duas horas compondo no setlist músicas do repertórios dos seus três álbuns solos, e algumas da sua época no Nightwish (foram poucas). Mas antes do falar do show em si, vamos falar de outros fatores anteriores a isso e que pesaram bastante.
Primeiramente, o fator que me surpreendeu de forma negativa, que foi o número de pessoas que se encontravam presentes no Clube Português naquela noite de sábado, a adesão do público foi estupidamente baixa, mesmo aglomerando todo mundo na frente do palco ainda ficava um grande espaço vazio na parte de trás da pista, coisa que eu particularmente nunca tinha visto em outros shows que presenciei no mesmo Clube Português. Não sei dizer o número exato de pessoas que estavam lá, mas se eu fosse dar um palpite, diria que não batia na casa dos 1000.
Talvez isso seja resultado primeiramente do alto preço dos ingressos (meia-entrada por 90 reais é para quebrar qualquer um), outra justificativa possa ser também o fato da cantora não ser lá tão popular na cidade, apesar que eu sinceramente não colocaria isso tão em questão, porque já vi bandas bem menos "populares" do que a Tarja (e com o ingresso tão caro quanto) levarem bem mais pessoas para o show.
Mas enfim, apesar dessa "baixa adesão", fico feliz em ter visto que mesmo assim, os presentes corresponderam bem ao show, mas daqui a pouco falaremos disso, porque antes eu falarei da banda que foi responsável por abrir a apresentação, a banda recifense Monticelli.
                                    

A banda em si tem pouco tempo de estrada, foi formada em 2013 e é composta pelos irmãos Artur (vocal e guitarra), Vitor (baixo e vocal) e Bruno Monticelli (bateria). Na sua apresentação, o grupo intercalou músicas do próprio repertório com covers de clássicos do Heavy Metal (sendo ao todo, 4 covers e 4 músicas autorais), o que eu sinceramente achei desnecessário. Sou um cara que é contra as bandas encherem o seu setlist de covers para agradar o público, para mim, seria mais vantajoso para eles tocarem as 6 músicas oficiais do seu repertório e colocar apenas um ou dois covers no final para agradar a galera, principalmente porque que para uma banda underground hoje em dia é difícil conseguir uma oportunidade para abrir um show de alguma outra de mais renome, então, quando ela aparece, a melhor forma de aproveita-la é mostrando o máximo do próprio trabalho e não ficar tocando música de terceiros, mesmo que isso vá agradar mais o público.
Aliás, o próprio público nem sequer se animou muito mesmo com os covers, ficaram curtindo o show no modo que eu gosto chamar de "jeito europeu", que é apenas ouvindo sem interagir muito, enfim, no geral a banda se portou bem no palco, tentou interagir mesmo o público não correspondendo muito. Após mais ou menos 40 minutos de show, o Monticelli finaliza a sua apresentação, deixando a partir daí todos na expectativa para o show da Tarja.
E após meia-hora de intervalo, com o público clamando pelo nome da cantora inúmeras vezes, o espetáculo tem o seu início.
                                   
                                    
Ao som de "The Phantom of the Opera" que a banda aos poucos foi aparecendo no palco, tendo a Tarja entrado por último para a alegrar todos os presentes no Clube Português. Ao longo da apresentação, a cantora simpaticamente acenou para os fãs e retribuiu o carinho dos mesmo que vez ou outra lhe jogavam alguns presentes (como um ursinho de pelúcia e uma almofada que tinham "eu te amo" escrito).
                                  
O público, mesmo em número pífio, se mostrava bastante animado, cantaram junto do início ao fim, pularam até cansar, e até tentaram acompanhar o timbre de voz da cantora nas músicas (o que pra mim, por exemplo, é impossível ha ha).
Além da abertura, outros pontos altos do show foram a execução das músicas "Falling Awake", Anteroom of Death", "Victim of Ritual" e "Slaying the Dreamer" (sendo essa última do seu repertório no Nightwish). onde os fãs se mostraram mais empolgados.
                                             
Durante o show, houveram dois momento de pausa (onde Tarja aproveitou para mudar o figurino), a primeira foi durante o fim da execução da música "Never Enough", onde os dois guitarristas fizeram um "duelo" enquanto a cantora se arrumava atrás do palco, e que logo depois, ela voltou para cantar a música "Dark Star", iniciando a "segunda parte" do show. Parte essa que o público esfriou um pouco, principalmente durante a execução das músicas "Until Silence" (que tem uma pegada mais calma) e "No Bitter End", estreante no repertório da Tarja e que foi tocada pela primeira vez ao vivo naquele momento. A segunda pausa ocorreu após a música "Deliverance" ser tocada, onde a banda chegou a sair do palco, retornando muito pouco tempo depois para o "bis". 
                                    
E com outro figurino, Tarja volta ao palco para cantar a música "Victim of Ritual", e pouco depois fez a alegria dos seus fãs da época do Nightwish e tocou "Slaying the Dreamer", fazendo também com que os presentes clamassem por outras músicas dessa época, como "Nemo" e "Wishmaster", pedidos esses que acabaram não sendo atendidos, iniciando logo após a executar a música "Die Alive".
E após quase duas horas de show, era o momento da cantora encerrar a festa, Tarja, com toda a sua simpatia, apresentou a sua banda, agradeceu a todos os fãs que compareceram e deixou aberta a possibilidade de um dia voltar a tocar na capital recifense (o que eu duvido muito, principalmente por causa da baixa adesão do público), e mesmo com os fãs ainda implorando por "Wishmaster", o show foi encerrado com a música "Until My Last Breath".
                                  
Mesmo com toda a banda tendo saído do palco, muitos dos fãs presentes ainda tinham esperanças que eles voltassem para tocar mais algumas músicas, mas após as luzes acenderem e os equipamentos começarem a serem desmontados, foi que eles perceberam que o show tinha acabado, deixando aquele gostinho de "quero mais".
Agora vamos para um balanço geral do show:
Tirando o fato do baixo público, o show foi ótimo, todos os meus 90 reais foram muito bem gastos, o público também está de parabéns por mostrarem empolgação do início ao fim (quem sabe a Tarja não leva isso muito mais em consideração para voltar a tocar por aqui um dia? rs), em questão de estrutura, a única coisa que eu tenho pra reclamar é da acústica do Clube Português que não é lá das perfeitas, mas isso também não é de hoje.
Em questão de setlist, eu senti falta de mais músicas do álbum "My Winter Storm", tendo apenas duas sido executadas (I Walk Alone e Die Alive), na minha opinião algumas outras desse CD também teriam caído bem, como "Lost Northern Star" e "My Little Phoenix". Outra música que senti falta foi a "In For a Kill", do álbum "What Lies Beneath", mas também não achei nenhum crime ela ter sido deixada de fora.
Eu poderia até falar que faltaram mais músicas do Nightwish, mas para mim é saudável para um artista não ficar muito preso ao repertório da sua ex-banda (como muitos fazem, a exemplo do André Matos e do Cavalera Conspirancy), por isso digo que tocar poucas músicas do Nightwish foi uma boa (lembrando que além de "Slaying the Dreamer", "The Phantom of The Opera" também é da sua época na ex-banda). Mas de qualquer forma, diria que caberia pelo menos mais uma música desse repertório, ou no mínimo, uma outra mais clamada no lugar de "Slaying the Dreamer" (como Nemo, Wish I Had An Angel, Over The Hill And Far Away ou Wishmaster que o público tanto pedia).
Enfim, de qualquer forma eu posso dizer que a noite do dia 17 de outubro de 2015 foi uma noite pra ficar na memória dos fãs recifenses da Tarja Turunen.
Após o show de Recife, a Tarja segue para o show de hoje em Fortaleza (que a essa hora que estou postando esse texto, já deve está rolando), para depois se apresentar em Belo Horizonte no dia 21, Salvador no dia 23, São Paulo no dia 24, Curitiba no dia 25, e encerra a turnê no Brasil em Porto Alegre no dia 28.

Setlist:
The Phantom of the Opera
500 Letters
Little Lies
Falling Awake
I Walk Alone
Anteroom of Death
Never Enough
Dark Star
Neverlight
Until Silence
No Bitter End
Goldfinger (John Barry cover)
Deliverance
Victim of Ritual
Slaying the Dreamer 
Die Alive
Until My Last Breath


5 comentários:

  1. discordo em um ponto, a banda monticelli balanceou bem o repertório no meu ver.

    e um adendo como possivel motivo de baixo publico, eu conheço uma dezena de pessoas que tiveram que infelizmente escolher blind guardian ou tarja, foram dois shows de peso em pouco tempo, teve bolso que não aguentou, não foi fator determinante, mas com certeza foi mais um fator pra não lotar.

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  2. acredito que a o público baixo se deu pela falta de divulgação, não vi nenhum cartaz anunciando o show em recife, apenas anúncios em redes sociais em páginas direcionadas a um público específico

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  3. Eu acho horrível a divulgação de shows no recife!!! O público aqui é fiel, mas o problema é que a cidade recebe poucos shows do gênero e quando tem ninguém se preocupa em divulgar. vai entender...

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  4. A primeira passagem de Tarja em Recife foi estrondosa!!! Referente ao comentário do público, concordo que poderia ter sido maior, mais existem vários fatores, como por exemplo, um show em cima do outro, nem todos que estavam presentes no evento conheciam a carreira solo e consolidada de Tarja, divulgação dos produtores na TV e cartazes nas ruas, Sendo o primeiro show, tivemos um público bom, apesar de não ter lotado, e sim! Passava das 1.000 pessoas. Clube português é Grande.houve uma grande iniciativa e divulgação dos administradores do Tarja fan clube Recife no evento, acredito que um segundo show o público será maior.

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