Por Ed Siqueira
Chico
nasceu Francisco, feito todos, aliás, feito só ele. Em um dia quente no Rio de
Janeiro, em um dia que a história da música ganhava um reforço de relevância. Era o tempo da “Era do rádio”, a TV não tinha chegado ao Brasil. E lá vinha
ele, Francisco Buarque, craque com a bola no pé, mas genial com os versos. La vinha ele que descia do Rio de Janeiro e ganhava o Brasil com “A banda”
no festival da Record de 1967.
O Chico carioca, o Chico tricolor carioca, o Chico
intérprete, o Chico Compositor, o Chico Dramaturgo, o Chico escritor. Com
diversas ocupações e com a mesma personalidade, o filho do escritor Sérgio
Buarque encontrou na música uma maneira de não se calar na época dos temidos porões
da ditadura militar.
Casou
com Marieta também artista, a Severo, a da TV Globo, a sua mulher por anos, e
com ela teve três mulheres, três filhas, que ironia, logo Chico que escrevia
para e como mulher de forma sem igual. Parecia um treinamento para conviver com
tantas almas femininas em casa.
Ah... Seu
Francisco, que o são tom Jobim me perdoe, mas como é ter a capacidade de falar
e expor seus pensamentos tão requintado e suave ao mesmo tempo? Que mágico e
que lindo é ouvir sua parceria com Francis Hime “Atrás da porta”
Chico
chegou aos meus ouvidos aos 10 anos de idade, através do meu pai que adorava
ouvir “Construção” comprou uma fita com seus maiores sucessos, ouvi até a fita perder a vontade de viver, ali tinha a certeza, buarquei-me, entendi um universo de rimas inteligentes, onde até paralelepípedo caberia nos versos.
Me naturalizei Chico Brasileiro, adjetivei um Chico que até não pertence a ele
mesmo, mas a uma cultura popular que tanto agradece ao homem que soube dosar
tão bem sua capacidade de fazer e sentir arte.
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