Retomando aos comentários do Oscar 2016 nas categorias musicais, vamos falar um pouco sobre o vencedor e os indicados na categoria de Melhor Canção Original.
“Writing’s On The Wall”, 007 Contra Spectre – Em 2012, a
cantora e compositora britânica Adele nos presenteou com um dos melhores Bond
Themes já feitos, “Skyfall”, justamente premiado no Oscar 2013, Grammy e em
diversas outras premiações. Ano passado, o nada empolgante “007 Contra Spectre”
nos mostrou uma canção tema igualmente pouco memorável, não pela temática,
tampouco pela letra, mas pelo ritmo extremamente lento e pouco instigante, que
nos daria vontade de trocar o filme para qualquer outro se não fosse a
mirabolante sequência de abertura apresentada durante a música, no início do
filme. Outro grande problema de “Writing’s On The Wall” é a mudança repentina de
timbre do jovem músico britânico Sam Smith (que é um ótimo artista, por sinal),
que afina a voz de maneira quase grotesca no refrão da música. A canção está
longe de ser considerada um Bond Theme digno; na verdade, nada na música nos
faz lembrar 007, nem mesmo sua parte instruimental. “Writing’s On The Wall”, porém, conquistou os
ouvidos da Academia e levou a estatueta de Melhor Canção Original, mesmo que
injustamente.
“Earned It”, Cinquenta Tons de Cinza – Sim! O filme mais “premiado”
no Framboesa de Ouro 2016 também estava no Oscar, e ninguém sabe ainda o
motivo. A canção “Earned It”, interpretada pelo músico The Weeknd, não é ruim,
muito pelo contrário. Mas, não está a altura de ser digna a uma indicação ao Oscar.
A performance de The Weeknd na cerimônia, porém, foi perfeitamente bem
elaborada.
"Simple song #3", Juventude – A, nem um pouco simples,
como diz o título, porém belíssima, canção do filme “Juventude” é interpretada
pela soprano sul coreana Sumi Jo e mistura os estilos clássico, neoclássico e
ópera, ganhando também uma indicação no Globo de Ouro. O filme de nacionalidade
italiana conta a história de dois velhos amigos (Michael Caine e Harvey Keitel)
que se hospedam em um luxuoso hotel e recordam de antigas paixões e experiências
vividas.
“Manta Ray”, Racing Extinction – Interpretada e composta por
J. Ralph, a canção do longa-metragem documentário “Racing Extinction” possui
uma bela letra a respeito da importância e preservação do meio ambiente, porém
seu ritmo lento e pouco instigante torna a música monótona demais para ter sido
selecionada aos indicados de Melhor Canção Original. O documentário, dirigido
por Louie Psihoyos, mostra depoimentos de cientistas, ativistas ambientais e
jornalistas a respeito da extinção em massa do Holoceno.
“Till It Happens To You”, The Hunting Ground – Sem sombra de
dúvidas, a mehor canção indicada a categoria, que fora injustamente (o Oscar
sempre tem que cometer atrocidades imperdoáveis com quem realmente merece o
prêmio) derrotada pela canção aguada de Sam Smith. “Till It Happens To You” não
só possuiu uma triste, porém brilhante, letra a respeito do trauma e do medo
constante de violência sexual, mas uma performance inesquecível da estrela do pop
Lady Gaga, principalmente na sua apresentação na cerimônia de domingo, onde a
artista deu um verdadeiro show, apesar de se tratar de um tema tão complicado e
polêmico. Só a apresentação de Gaga, que se encaixou perfeitamente a temática
da música e do documentário “The Hunting Ground”, teria sido realmente digna de
levar o Oscar de Melhor Canção Original para casa, naquela noite.
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