Por Ed Siqueira
Atenção
nos tambores e nos toques de todas as percussões. As batidas precisas do
recifense, Juvenal de Holanda Vasconcelos garantiu uma leveza deliciosamente
profissional, e no embalo dos compassos, para lá de carnavalescos, o som refinado misturado com o popular do grande mestre foi uma garantia que, Juvenal Vasconcelos,
apelidado de Náná passearia por todas as fortalezas rítmicas.
Morreu numa manhã de quarta feira quente no Recife. Naná, o cara que fazia som dentro do mar, o
cara que conheceu o berimbau e fez dele seu amuleto, morreu a experiência e a
simplicidade, morreu o multicolor Naná, numa estrada perigosa e letal chamada câncer,
ele partiu para se juntar a outros gênios da música pernambucana, lá
provavelmente Chico Science e Dominguinhos o receberá para ganhar qualidade sonora. Assim é a vida, o corte do batuque, o tambor no canto, a orquestra sem regência, o
mundo sem o talento de Naná Vasconcelos.
Eleito
por oito vezes o melhor percussionista do mundo, eleito pelo povo um maestro,
onde suas mãos percorriam todo tipo de objeto que tirasse som, o percussionista de grandes nomes da MPB, morreu o pai, o marido, o avô, morreu o compositor do U2, isso mesmo, a canção: "Last Night on Earth" ', que a
banda irlandesa interpreta é de autoria dele.
Morreu
aos 71 anos de vida, aos 45 do primeiro tempo, nos acréscimos, mas ainda tinha
jogo, Naná! Não cabe perguntas de por quês, mas sim saudações.
Ainda que todos os discursos escritos como manda o bom português, o seu desejo de
juntar em levadas, o poder da percussão que dezenas de palavras não teriam nunca se tratando
de Naná Vasconcelos.
SOM
NO CÉU NANÁ, LUZ NO PROGRESSO!
"Last Night on Earth"
(Adam Clayton / Bono / Larry Mullen, Jr. / Naná Vasconcelos/ The Edge)
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