sexta-feira, 11 de março de 2016

George Martin e suas maiores contribuições para os Beatles

Por: Lucas Rigaud


 O mundo perdeu nessa última quarta-feira uma das mais importantes figuras da música pop. Sir. George Henry Martin, maestro, compositor e produtor musical britânico, faleceu aos 90 anos. Martin ganhou fama ao produzir quase todos os álbuns da histórica banda britânica The Beatles, recebendo o apelido de "Quinto Beatle".

 Apesar de ter considerarado o apelido "Quinto Beatle" uma bobagem, Martin sempre será lembrado entre a Beatlemania como o integrante número cinco da banda, ainda mais devido a toda contribuição do mestre para o estrondoso sucesso dos garotos de Liverpool.

Nesse especial de hoje, em homenagem ao grande George Martin, destacaremos alguns trabalhos marcantes conduzidos ou orquestrados pelo saudoso mestre nos Beatles:

I - A Hard Day's Night - Na verdade, o álbum lançado juntamente com o primeiro filme da banda tem total contribuição de George Martin. Foi ele quem conduziu e produziu todas as músicas do filme/disco, assim como as faixas instrumentais do longa-metragem, como "Ringo's Theme". O trabalho de Martin em A Hard Day's Night rendeu uma indicação ao Oscar de Melhor Trilha Sonora, em 1965.



II - Yellow Submarine - Além de ter produzido e conduzido as faixas musicais do álbum trilha sonora do filme Yellow Submarine, George Martin compôs todas as faixas do lado B do disco (com exceção de "All Together Now", de Lennon/McCartney):"Pepperland", "Sea Of Time", "Sea Of Monsters", "Sea Of Holes", "March Of The Meanies", "Pepperland Laid Waste" e "Yellow Submarine in Perpperland". Apesar da pouca satisfação de público e crítica na época de lançamento e da declaração de John Lennon, que afirmou ter odiado a música instrumental do álbum, a trilha sonora de George Martin é hoje considerada um grande clássico, principalmente e faixa "Pepperland", que é tocada por diversas orquestras sinfônicas do mundo, entre elas a Orquestra Sinfônica do Recife. 



III - Please Please Me - O primeiro single de sucesso dos Beatles, que deu nome ao primeiro álbum da banda, de 1963, teve uma sacada fundamental de Martin. O produtor disse para os músicos que a canção devia ter um ritmo mais acelerado, para se diferenciar do primeiro single lançado pela banda, "Love Me Do", em outubro de 1962. Quando o tema ficou pronto, George soltou a famosa frase: "Meus senhores, acabaram de gravar o nosso primeiro número um!"



IV - In My Life - Uma das melhores e maiores músicas da banda, presente no álbum Rubber Soul (que marcou uma gigantesca evolução dos músicos tanto na musicalidade quanto no estilo de composição mais inteligente e poético) tem uma importantíssima contribuição de George Martin que talvez você nem saiba. Sabe o solo de piano, até então pouco usado com tanta ênfase por uma banda de rock, que começa em 1:30 de música? Pois é, o mítico pianinho estilo barroco foi idealizado e tocado por ninguém menos que o quinto Beatle, George Martin. O produtor escreveu o solo, mas não chegou a velocidade que desejava, conseguindo o som perfeito ao acelerar a fita da gravação do solo. 




V - Strawberry Fields Forever - A música favorita de todos os tempos e gêneros do seu humilde redator (o gago dos infernos que apresenta os vídeos de trilhas de cinema), presente no clássico álbum "Magical Mystery Tour", também possui influência de George Martin. O produtor "simplesmente" pegou todos os pedaços do sonho tido por John Lennon, que originou a canção (na verdade, das partes da música já gravadas, que tiveram como base o sonho psicodélico do músico) e a transformou numa das mais belas canções de todos os tempos. A música foi gravadas duas vezes, em velocidades e tons diferentes. Martin pegou as duas e juntou, reduzindo a velocidade de uma delas. 




VI - A Day In The Life - Sem dúvida, uma das melhores e mais enigmáticas músicas dos Beatles. Para a canção, Martin fez algo que jamais um arranjador faz: pediu para a sua orquestra de 40 músicos tocar caoticamente, cada músico tocando em completa falta de sincronia. Terminado isso, o produtor gravou o resultado quatro vezes até empilhar tudo em uma única faixa, resultando no som de 160 instrumentos. A sonoridade de tantos instrumentos perdidos e sem sincronia era o que a música mais precisava, resultando na clássica canção que fecha o álbum "Sgt. Pepper's Lonely Heart's Club Band". 




VII - I Am The Walrus - A peculiar e psicodélica canção do álbum Magical Mystery Tour foi realizada da maneira mais louca possível, graças a George Martin. O produtor ordenou que um coral com 16 pessoal cantasse, gritasse e falasse coisas sem total sentido. Isso causou um clima mais psicodélico e anárquico à clássica música de John Lennon. Foi, de fato, um good good good job! 




VIII - Eleanor Rigby - O hino dos "forever alone" de plantão, e também uma das mais belas canções do quarteto de Liverpool, possui aquele inesquecível arranjo de cordas, com maior ênfase no violino, que é fruto da sensibilidade harmônica e melódica do mestre George Martin. O estilo clássico composto por Martin se assemelha ao do compositor Bernard Herrmann, que utilizou também violinos para compor o tema do clássico filme "Psicose". Confira uma versão da música apenas com o som dos violinos, abaixo: 




IX - Happiness Is A Warm Gun - Talvez, uma das contribuições mais indiretas e interessantes do Quinto Beatle para uma canção da banda. Certa vez, George Martin mostrara a John Lennon uma revista sobre armas e munições, cuja capa dizia "happiness is a warm gun". Assim que olhou os dizeres da capa, uma luz surgiu na enigmática mente criativa de Lennon. 


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