segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

A História Por Trás Da Canção: Slipknot - The Devil In I

Por Renan Soares

                                      


Olá pessoal, esse é mais um "A História Por Trás Da Canção", e a edição de hoje acho que posso dizer que será muito mais uma análise da música (e clipe) do que a história dela em si, mas que ainda assim está valendo, principalmente porque há muita história por trás disso tudo.
Por isso, excepcionalmente dessa vez, colocarei o clipe agora ao invés de coloca-lo apenas no fim da postagem, para que assim vocês possam vê-lo e entender melhor tudo que tenho pra dizer.

Bom, se você for um fã assíduo do Slipknot e acompanha tudo que ocorre na banda, sabe que há muitas simbologias por trás desse clipe, mas para aqueles que não estão ligados, lá vai:
Vamos voltar um pouco no tempo, para muito antes do lançamento do disco que contêm a canção, o ".5: The Gray Chapter"(lançado em 2014). Como muitos de vocês devem saber, em 2010, a banda perdeu o seu baixista, o Paul Gray (que como se percebe, é uma das referências do título do álbum), fato que abalou bastante a banda, e principalmente a Corey Taylor, o vocalista. E por um tempo, eles seguiram sem um baixista oficial novo, tocando com um de apoio que nem sequer aparecia nos palcos durante as apresentações.
Desde 2008 (quando lançaram o "All Hope Is Gone") a banda não lançava nenhum material novo, e desde o fim da turnê oficial do álbum (e após a morte de Paul) eles se focaram mais em fazer longas turnês mesmo não tendo nenhuma música inédita, até que em meados de 2013, algumas ações da banda em suas redes sociais começaram a deixar os fãs um tanto curiosos.
Começou quando a banda em seu facebook oficial, trocou a foto de perfil para uma completamente preta (com absolutamente nada), e certamente, ninguém na hora deu explicação nenhuma do que raios aquilo significava, deixando os fãs todos confusos.
E assim começaram as especulações, alguns acharam que era algum tipo de marketing para um provável CD novo da banda (nada havia sido anunciado ainda) e outros até acharam que era um sinal de que a banda estava no seu fim. Possou-se um tempo e nenhuma explicação tinha sido dada, até que chega no fim do ano (2013), e a banda anuncia a saída do baterista Joey Jordison (ele que foi um dos fundadores da banda), e os motivos para isso nunca foram esclarecidos até hoje. O próprio Joey depois, em sua página oficial do facebook, disse em nota que nunca tinha desistido da banda e que essa notícia também o tinha pego de surpresa, mas ainda assim, não esclareceu o que tinha realmente acontecido.
E como já disse, as dúvidas permanecem até hoje.
Até que no início de 2014, o percussionista Shaw Crahan, finalmente anuncia o novo disco do Slipknot, o ".5: The Gray Chapter", fazendo os fãs pularem de alegria (afinal, foram 8 anos de espera por um álbum novo).
Passou-se o tempo, e a banda liberou o primeiro singles do disco, o "The Negative One", que veio junto com seu clipe onde a banda não aparece, deixando os fãs em dúvidas sobre quem seriam os novos integrantes (e se o Joey realmente tinha saído no fim das contas).
Mais um tempo se passou, e é liberado o single "The Devil In I", tendo pouco depois o seu clipe lançado. E finalmente, depois de todo arrodeio, irei falar para vocês toda a simbologia por trás do vídeo da música (se você ainda não o checou, pare aqui e o veja antes de continuar a ler).
Bom, como você já deve ter reparado, o clipe é bem chocante, mas irei explica-lo em partes.
Começando com o fato dos integrantes se "auto-mutilarem" ao longo do vídeo, bom, perceba que quando isso acontece, eles estão utilizando suas máscaras antigas (da época do "All Hope Is Gone"), e após isso, eles reaparecem com as suas máscaras atuais, isso é simples, isso demonstra mais ou menos uma transição da banda, isso representa o fim do "antigo Slipknot" e o início do "novo Slipknot", como se fosse uma forma de desapego ao passado.
Segundamente, vocês certamente perceberam os dois novos integrantes no clipe andando pelo cenário numa cadeira de rodas e com uma camisa de força, até que chega em momento em que eles param diante do resto dos integrantes e começam a ser esfaqueados brutalmente. Bom, isso seria mais ou menos um "ritual de iniciação", representando um pouco da agressividade que a banda quer e sempre quis passar diante da sua carreira. E percebam também que os dois estão utilizando a mesma mascará, essa que foi feita pelo Shawn, um dos percussionistas da banda, e que é uma representação de um "espantalho", que normalmente é utilizado para espantar os corvos de uma lavoura, trazendo assim, o "bem" (vale ressaltar que na época ainda não tinha sido revelado quem eles eram, mas hoje já se sabe que se tratam de Alessandro Venturella [baixo] e Jay Weinberg [bateria]). As mascarás dos outros integrantes também apresentam suas simbologias, mas isso fica para um outro post.
E por fim, mas não menos importante (muito pelo contrário), vocês certamente devem terem reparados em dois "fantasmas vermelhos" que apareciam em diversas cenas do clipe, bom, certamente, eles são as representações dos "fantasmas" de Paul Gray e Joey Jordison, e perceba que eles na maioria das vezes seguem um sentido "para cima", sendo uma representação para que se deixe seus "espíritos" descansarem em paz.
Enquanto a letra, uma interpretação que muitos tem sobre ela é que se trata de um relato sobre a saída de Joey, que no caso teria se tratado de uma briga feia entre os integrantes, mas que eles estão deixar isso para trás de seguirem com suas vidas.

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