segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

A História Por Trás Da Canção: Iron Maiden - Empire Of The Clouds

Por Renan Soares

                                           


Hoje, o nosso quadro falará de uma música de uma banda cuja a sua principal característica é as suas letras que normalmente retratam sobre fatos históricos, sendo a música de hoje um bom exemplo disso. Claro que a banda em questão é o Iron Maiden, eles que fizeram grande sucessos como "The Trooper" que fala de um poema sobre a famosa Batalha de Balaclava na Guerra Criméia, "Two Minutes To Midnight" que fala da época da Guerra Fria em que o Doomsday Clock marcava dois minutos para a meia noite, "Aces High" que fala de um momento da segunda guerra mundial, e muitas outras que renderiam uma postagem no "A História Por Trás Da Canção".
A música que falaremos hoje se encontra no trabalho mais recente da banda lançado em 2015, o "The Book Of Souls", que é a última faixa do disco, intitulada de "Empire Of The Clouds".
A faixa já chama atenção inicialmente pelo fato dela ter nada mais e nada menos do que dezoito minutos, sendo a partir daí a faixa mais longa de toda a discografia do Iron Maiden. De início a pessoa pode achar cansativo ouvir uma música tão longa quanto essa, mas há uma razão para ela ter essa duração toda, e se trata do fato de ser uma música muito bem trabalhada, tanto na questão sonora quanto em questão de letra, você entenderão melhor isso agora.
A letra da música tem como temática a história do R101, esse que foi um dirigível britânico construído em 1930 pelo governo inglês, e que na época era considerado o maior já feito no mundo, sendo superado cinco anos depois pelo dirigível alemão LZ 129 Hindenburg (que por incrível que pareça, teve o mesmo fim trágico). O R101 foi construído como parte de um projeto do governo britânico para desenvolver aeronaves civis capazes de fazer longos trajetos no Império Britânico, o dirigível foi construído por uma grande equipe de engenheiros.
Após alguns voos teste, a aeronave finalmente faria sua viagem inaugural rumo a Índia no dia 5 de outubro de 1930, onde acabou passando por uma grande tempestade enquanto sobrevoava a França, que arrancou seu revestimento externo e deixou os reservatórios de hidrogênio abertos, causando consequentemente um incêndio que derrubou o dirigível, provocando a morte de 48 das 54 pessoas a bordo. o acidente fez o programa de desenvolvimento de dirigíveis britânicos fosse encerrado.
E além da história em si, o mais interessante da música é o como ela é trabalhada, com uma intro feita no piano. Em sua letra, Bruce conta detalhadamente e de forma poética, todas as etapas que o R101 passou desde sua construção até a sua queda, isso sem falar nos momentos de "transição" em que a música passa, representando sonoramente cada momento da aeronave (sua decolagem, o incêndio, sua queda e por ai vai).
                                        Dirigível caiu em solo francês após pegar fogo durante voo em outubro de 1930

CURIOSIDADE EXTRA: Só a nível de curiosidade mesmo (já que a mesma tem um pouco a ver com o que está sendo tratado no post), como muitos devem saber, o próprio Bruce Dickinson é piloto de avião (sendo ele próprio que pilota o Ed Force One, o avião de turnê do Iron Maiden) e ele em 2014 de um projeto que pretende lançar em 2016 a "maior aeronave do mundo", que seria um tipo de dirigível que foi batizado de "Airlander", que segundo ele e todos que fazem parte desse projeto, esse projeto pode mudar o transporte aéreo para sempre, já que a aeronave em questão ficaria no ar por dias e iria oferecer eficiência de combustível com poluição sonora miníma e não seria preciso uma pista de pouso e decolagem, você pode ler melhor sobre esse projeto nesse link.
                                         

Possivelmente, esse projeto pode ter sido mais um dos fatores que inspirou Bruce a compor "Empire Of The Clouds", tanto que na própria letra (no final, após falarem do momento da queda do R101) Bruce fala a frase "The dreamers may die, but the dreams live on" (os sonhadores podem ter morrido, mas o sonho continua vivo).
Confiram essa fantástica música (e no link que colocarei para vocês, no momento do solo o autor do vídeo conta com um pouco mais de detalhes da história do R101):

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