segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Oscar 2016 - Melhor Trilha Sonora

Ennio Morricone segura seu primeiro Oscar (sem ser honorário)

Por: Lucas Rigaud


A 88º cerimônia dos Oscars aconteceu nesse último próximo domingo (28), em Los Angeles. Nesse especial de hoje, falaremos um pouco sobre os vencedores e os indicados nas categorias de Melhor Trilha Sonora comentando as qualidades e alguns defeitos de cada trilha. No próximo bloco, traremos o especial com o vencedor e os demais indicados a Melhor Canção Original.

MELHOR TRILHA SONORA

Os Oito Odiados – O grande vencedor na categoria de Melhor Trilha Sonora, e de forma justa! Escrito e dirigido pelo renomado cineasta Quentim Tarantino, o filme é ambientado no velho oeste durante uma nevasca, onde 8 viajantes ficam abrigados em um armazém e descobrem terríveis segredos entre si. A trilha sonora, do mestre Ennio Morricone, é diferente da maioria de seus trabalhos em filmes do gênero faroeste, por se encaixar perfeitamente aos momentos de tensão do longa-metragem. A trilha mereceu ser premiada não só por ser uma nova obra prima de Morricone, mas pelo fato de um músico ser um dos compositores de cinema mais importantes da história e só ter levado para casa uma vez, e de forma honorária, uma estatueta da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. Aos 88 anos e ainda na ativa, Morricone esteve presente na cerimônia e esteve sentado ao lado de outra grande lenda (e concorrente) da música de cinema, John Williams. Quando chamado, o artista italiano subiu ao palco, recebeu seu tão merecido prêmio e agradeceu.




Carol – O filme, que conta a história de amor entre duas mulheres (as fenomenais Cate Blanchett e Rooney Mara) na década de 1950, possui uma bela trilha sonora, com uso de instrumentos como piano e harpa. O músico responsável pela trilha sonora, Carter Burwell, fez um trabalho de extrema perfeição que se encaixa certamente ao filme, sendo delicado, romântico e triste nos momentos certos. Sem falar na presença do ótimo e nostálgico estilo anos 50, presente em alguns momentos da trila, que foi muito bem captado por Burwell. Era, sem dúvida, um forte concorrente.



Star Wars Episódio VII: O Despertar da Força – O tão aguardado sétimo filme da saga Star Wars despertou de diversas formas, porém, preferiu ativar o modo “soneca” da trilha sonora por mais um tempo. John Williams, o verdadeiro mestre sonoro que nos presenteou com as mais belas trilhas de cinema de todos os tempos, pareceu não muito inspirado para criar os temas do novo Star Wars. Algumas fontes dizem que o renomado músico está passando por problemas de saúde. Obviamente, a trilha não é ruim, apenas bastante inferior às demais soundtracks dos longas da saga. Temos ótimas faixas, como “Rey’s Theme” e “March of the Resistence”, mas nenhuma delas consegue ter “Força” para segurar todo o filme. Vale lembrar que John Williams tem 84 anos e já trabalha no ramo de trilhas de cinema há aproximadamente seis décadas. É comum que o mestre tenha dado uma “relaxada” na nova criação; Williams estará de volta nas trilhas dos Episódios VIII e IX. Vale lembrar também que essa foi a 50º indicação do mestre John Williams ao Oscar.




Ponte dos Espiões – Assistir um filme de Steven Spielberg sem a trilha sonora do John Williams, com quem o cineasta mantém uma duradoura parceria há mais de 40 anos, é um pouco estranho, não é verdade? Talvez você não estranhe muito quando assistir “Ponte dos Espiões”, o filme mais recente de Spielberg, ambientado no clima de tensão da Guerra Fria, quem teve a trilha assinada pelo músico Thomas Newman (que já foi indicado ao Oscar 13 vezes). Newman não é um John Williams, é claro; isso não quer dizer que o compositor é bom, nem ruim, e sim que ele possui um estilo próprio. Estilo esse que, uma vez misturada com o talento do músico, rendeu uma grande trilha sonora, se encaixando aos principais elementos do filme, como tensão, clímax e drama.





Sicario: Terra de Ninguém – Composta pelo músico Jóhann Jóhannsson, que foi indicado ao Oscar ano passado pela trilha sonora de “A Teoria de Tudo”, a trilha sonora de “Sicario” é interessante quando escutada com atenção, pois possui faixas que mistura sons, como tambores e disparos de armas de fogo, que provocam, ao mesmo tempo, adrenalina, clímax e tensão. O drama policial mostra uma operação contra o tráfico de drogas na fronteira entre o México e os EUA. É novidade a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas indicar a trilha sonora tão “barulhenta”, porém criativa e até mesmo contagiante, de um filme de ação.  




Injustiças: É claro que o Oscar iria cometer algumas injustiças durante o ciclo de indicações. Duas grandes trilhas de dois grandes filmes ficaram simplesmente de fora. Primeiro, "A Garota Dinamarquesa"; o trabalho de extrema delicadeza, genuinamente belo e agradável de ouvir, composto pelo músico francês Alexandre Desplat (Harry Potter e as Relíquias da Morte Partes 1 e 2) ficou de fora dos indicados, sem mais nem menos. Segundo, o simples, brilhante e genial trabalho do compositor favorito da Pixar, Michael Giacchino, em "Divertida Mente", cujo tema principal a base de piano é simplesmente inesquecível. 






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