segunda-feira, 11 de abril de 2016

Melhores Trilhas Sonoras do Cinema de Terror

Por: Lucas Rigaud

 A trilha sonora é um elemento de extrema importância para a composição de um filme. O gênero terror, por exemplo, necessita, em alguns casos, de músicas que entrem de acordo com a temática do filme, criando a atmosfera adorada por todos os cinéfilos que gostam de tomar bons sustos. Às vezes, até mesmo a ausência de uma trilha sonora musicada, como em “Os Pássaros”, de Alfred Hitchcock, e “O Massacre da Serra Elétrica”, de Tobe Hooper, causa tal efeito assustador digno que o longa-metragem necessita.

 Mas, nesse especial de hoje, falaremos de algumas das melhores trilhas musicadas, de filmes do gênero terror, que, assim como o enredo e desenvolvimento do próprio longa-metragem, podem causar calafrios na espinha de quem escuta.

Os Inocentes (The Innocents, 1962) 


Um clássico infelizmente pouco reconhecido, estrelado por Deborah Kerr. “Os Inocentes”, adaptação do livro “Outra Volta do Parafuso”, de Henry James, já começa em grande (e assustador) estilo, mostrando por 45 segundos um fundo preto acompanhado da música infantil “O Willow Waly”, composta pelo músico Georges Auric. O filme é um dos melhores exemplos do cinema de horror psicológico, que encantou e assustou muita gente com inteligentes segmentos de susto usando iluminação, ausência de cores, trilha sonora e brilhante uso das atuações de Martin Stephens e Pamela Franklin.





Tubarão (Jaws, 1975) 


O primeiro grande sucesso de Steven Spielberg possui a primeira grande trilha sonora do mestre John Williams. Venerada, homenageada e plagiada por muitos artistas e admiradores, a faixa título de “Tubarão” consegue dar mais medo que o próprio monstro marinho antagonista do filme. O tom de suspense e o ritmo da música, que vai aumentando, juntamente com o som, a cada nota , cria aquela atmosfera tensa e praticamente inesquecível, quando é ouvida pela primeira vez. Que atire a primeira pedra aquele que nunca sentiu um certo receio quando estava dentro do mar e, de repente, lhe veio a música de “Tubarão” na cabeça! A trilha sonora de Tubarão venceu o Oscar, o Globo de Ouro e o BAFTA.






O Bebê de Rosemary (Rosemary’s Baby, 1968) 


A trilha sonora de outro grande clássico do terror psicológico da década de 60 foi composta e conduzida por Krzysztof Komeda, que já havia trabalhado com o diretor Roman Polanski nas trilhas de “A Faca na Água”, “Cul-de-Sac”  e “A dança dos Vampiros”. O tema musical mais famoso do filme é, sem dúvidas, o Rosemary’s  Baby Main Theme, cujo vocal é da própria atriz Mia Farrow, estrela do filme. Infelizmente, talvez devido à famosa maldição do filme (que também envolve o assassinato da atriz Sharon Tate, esposa do diretor Roman Polanski), Komeda veio a falecer aos 37 anos, em 1969, vítima de um coágulo no cérebro. O trabalho do músico no longa-metragem, considerado um dos mais assustadores de todos os tempos, é um grande apurado de canções de ninar e músicas de rituais satânicos. Dizem as lendas que, para a criação das músicas satânicas do filme, a produção chamou Anton LaVey, fundador da Igreja de Satã e autor de "The Satanic Bibles", para auxiliar.




Halloween - A Noite do Terror (Halloween, 1978) 


Escrito, produzido e dirigido por John Carpenter, o filme de baixíssimo orçamento também contou com a trilha sonora composta pelo próprio mestre do terror. Carpenter criou uma famosa música de piano como tema principal do psicopata Michael Myers, que é lembrada até os dias de hoje como uma das mais famosas trilhas de filmes de terror.





O Exorcista (The Exorcist, 1973) 


O músico Lalo Schifrin acabou sofrendo com a criação da trilha sonora de “O Exorcista”. Vocês que pensam que o tema musical do filme é aquele lindo segmento de sinos, que chega a amenizar o trauma perturbador do longa metragem quando sobem os créditos finais, não devem saber que a trilha sonora original do filme foi rejeitada por ser assustadora demais. A trilha foi banida após espectadores terem passado mal nos cinemas, após a exibição de um trailer do filme. O resultado para o pianista argentino criador do clássico tema de “Missão: Impossível” foi desastroso! Sua trilha sonora foi simplesmente substituída por uma menos agoniante. Mas, apesar dos pesares, o tema “Tubular Bells”, de Mike Oldfield, é um dos maiores clássicos da música de cinema de todos os tempos e, só pelo fato de ser uma música mais bela, não quer dizer que ela não assuste também.






Poltergeist – O Fenômeno (Poltergeist, 1982)


O mestre Jerry Goldsmith, que também compôs a trilha sonora vencedora do Oscar de A Profecia, deu um verdadeiro show na música de Poltergeist, o filme inapropriado para aqueles que têm fobia de palhaço. A trilha sonora do filme, composta por uma belíssima canção tema ao som de um coral de crianças, acompanhada de flautas e violinos, não chega a causar um desconforto no público, mas cria um ambiente de tensão. Há quem diga que a trilha sonora, assim como a trilogia dos filmes, é amaldiçoada. Infelizmente, há uma trágica história envolvendo a música de Poltergeist. A atriz Dominique Dunne, que interpretou Dana, a irmã mais velha da garotinha Carol Anne, no mesmo ano de lançamento do filme, foi morta estrangulada pelo ex-namorado, que escutava a música tema de Poltergeist enquanto cometia o crime. A trilha sonora foi indicada ao Oscar.





Psicose (Psycho, 1960)


 Talvez, o clássico de Alfred Hitchcock tenha a música de filme de terror mais famosa de todos os tempos. A trilha sonora, composta e conduzida por Bernard Herrmann, é um dos pontos mais fortes do filme. Herrmann decidiu deixar de lado os arranjos mais complexos e focou apenas nos instrumentos de corda, diferente dos filmes daquela época que presavam pela “grandiosidade” da música. A trilha de Psicose é desenvolvida de acordo com a densidade psicológica do filme. A famosa cena do banheiro, por exemplo, é um clássico exemplo do genial uso de violinos e a mesma nota repetida, que causa uma sensação perturbadora, além de remeter a ruídos de pássaros. O próprio Hitchcock queria, para essa cena, uma música que soasse como uma lamentação dos pássaros empalhados pelo personagem Norman Bates. 


Um comentário:

  1. Excelente! Parabéns ao Mestres Sonoros pela reportagem extremamente competente. Vocês são show!

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