quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

O "dono" do sítio Capim Guiné não foi Raul Seixas


Quando o destino está traçado não tem como fugir. Raul Seixas no começo da década de 80 resolveu tirar férias e em busca de inspiração para  as próximas  canções resolveu visitar a pequena cidade de Piritiba-BA, localizada a 328 KM de Salvador. Chegando na cidade, Raulzito ouviu um grupo de jovens tocando os versos: "Num planto capim-guiné/Prá boi abaná rabo/Eu 'tô virado do Diabo, eu 'tô retado cum você/'Tá vendo tudo e fica aí parado/Com cara de viado que viu caxinguelê". Maravilhado com o que acabou de ouvir foi tirar informações sobre a canção, descobrindo o compositor e cantor Wilson Aragão, no qual essa mesma canção participaria de um festival (Mais tarde levaria o 1 lugar) Raul pediu para inserir no começo da canção a cidade Piritiba ficando: "Plantei um sítio no sertão de Piritiba" prontamente aceita por Wilson. A canção foi lançada em 1983, colocando Wilson Aragão no cenário nacional.

CURIOSIDADE:  Os versos: "Eu 'tô virado do Diabo, eu 'tô retado cum você/ 'Tá vendo tudo e fica aí parado/ Com cara de viado que viu caxinguelê"♫♫ Foi uma indireta ao presidente Ernesto Geisel. 





LETRA:
Plantei um sítio no sertão de Piritiba
Dois pé de guataíba, cajú, manga e cajá
Peguei na enxada como pega um catingueiro
Fiz aceiro botei fogo, "Vá ver como é que 'tá"
Tem abacate, genipapo e bananeira
Milho verde, macaxeira, como diz no Ceará
Cebola, coentro, andú, feijão de corda
Vinte porco na engorda, até um gado no curral
Com muita raça, fiz tudo aqui sozinho
Nem um pé de passarinho veio a terra semear
Agora veja, compadre a safadeza
Começou a malvadeza, todo bicho vem prá cá
Num planto capim-guiné
Prá boi abaná rabo
Eu 'tô virado do Diabo, eu 'tô retado cum você
'Tá vendo tudo e fica aí parado
Com cara de viado que viu caxinguelê
Sussuarana só fez perversidade
Pardal foi pra cidade
Peruá minha saqué (qué, qué)
Dona raposa só vive na mardade
Me faça…

segunda-feira, 14 de agosto de 2017

A HISTÓRIA DA CANÇÃO "LA BELLE DE JOUR" DE ALCEU VALENÇA

Local: Paris (Bar dos filósofos), de repente surge uma mulher muito bonita na outra mesa, olhares pra cá, olhares pra lá e Alceu decide ir até a mesa da bela jovem, era a atriz francesa Jacqueline Bisset, que depois de questionar qual seria a profissão do cantor e compositor e ele ter respondido que era poeta, ela pediu que ele ali mesmo escrevesse uma poesia para ela e Alceu em um guardanapo escreveu os versos “La Belle de Jour”. O mais divertido é que Alceu confundiu Jacqueline Bisset com Catherine Deneuve que tinha participado do filme “A bela da tarde” de 1967.A música foi para a beleza e o encanto da Jacqueline Bisset, mas inspirado no filme protagonizado pela também bela Catherine Deneuve.


( Jacqueline Basset)


(Catherine Deneuve.)



LETRA:
Ah hei! Ah hei! Ah hei!
Ah! La Belle de Jour!
Ah hei! Ah hei! Ah hei!
Eu lembro da moça bonita
Da praia de Boa Viagem
E a moça no meio da tarde
De um domingo azul
Azul era Belle de Jour
Era a bela da tarde
Seus olhos azuis como a tarde
Na tarde de um domingo azul
La Belle de Jour!
Eu lembro da moça bonita
Da praia de Boa Viagem
E a moça no meio da tarde
De um domingo azul
Azul era Belle de Jour
Era a bela da tarde
Seus olhos azuis como a tarde
Na tarde de um domingo azul
La Belle de Jour!
Belle de Jour!
Oh! Oh!
Belle de Jour!
La Belle de Jour
Era a moça mais linda
De toda a cidade
E foi justamente pra ela
Que eu escrevi o meu primeiro blues
Mas Belle de Jour
No azul viajava
Seus olhos azuis como a tarde
Na tarde de um domingo azul
La Belle de Jour!
La Belle de Jour!
Eu lembro da moça bonita
Da praia de Boa Viagem
E a moça no meio da tarde
De um domingo azul
Azul era a Belle de Jour
Era a bela da tarde
Seus olhos azuis como a tarde
Na tarde de um domingo azul
La Belle de Jour!
Eu lembro da moça bonita
Da praia de Boa Viagem
E a moça no meio da tarde
De um domingo azul
Azul era a Belle de Jour
Era a bela da tarde
Seus olhos azuis como a tarde
Na tarde de um domingo azul
La Belle de Jour!.
Belle de Jour!
Oh! Oh!
Belle de Jour!
La Belle de Jour
Era a moça mais linda
De toda a cidade
E foi justamente pra ela
Que eu escrevi o meu primeiro blues
Mas Belle de Jour
No azul viajava
Seus olhos azuis como a tarde
Na tarde de um domingo azul
La Belle de Jour!
Ah hei! Ah hei! Ah hei!
Ah hei! Ah hei! Ah hei!









quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Ângela Ro Ro não curtiu a canção,mas Cássia Eller sim!




A história já é conhecida,mas vale a pena relembrar. Cazuza e Frejat compuseram "Malandragem" especialmente para Ângela Ro Ro, Cazuza chegou a mandar a canção para a cantora, mas ela simplesmente não respondeu ao poeta. Em 1994, passados quatro anos da morte de Cazuza, Frejat liga para Ângela e pergunta se poderia mostrar a canção a outra cantora (uma jovem que estava galgando se firmar na música), era Cássia Eller, e o resto todos já sabem.

Porém, Ângela regravou a canção, mas quem lançou e fez a canção se tornar um sucesso foi a Cássia.



Malandragem
(Cazuza e Frejat)

Até então, inédita canção gravada no álbum de 1994.





Ângela regravou com participação de Roberto Frejat.



sexta-feira, 21 de julho de 2017

Leave Out All the Rest, Chester =/ #RIP

Por Renan Soares


Na tarde dessa última quinta-feira, o mundo da música foi abalado com a chocante notícia sobre a morte de Chester Bennington, vocalista da consagrada banda Linkin Park, ele que tem a voz que virou um dos principais ícones do rock nos anos 2000. Afinal, quem aqui nunca ouviu em sua infância/adolescência músicas como In The End, Numb, Faint, One Step Closer e Breaking The Habit? Aliás, é impossível falar de música dos anos 2000 para cá sem se lembrar do Linkin Park.
No momento em que ouvi a notícia eu estava na trabalho, quando de repente ouvi uma amiga comenta que o Chester tinha sido encontrado morto em sua residência. De início, assim como a maioria dos fãs do Linkin Park, torci para que aquilo fosse apenas uma piada de muito mau gosto, mas ao pesquisar pelo internet, infelizmente vi que a informação era verdadeira.
No mesmo instante entrei em choque, não queria acreditar no que os meus olhos tinham acabado de ler, o vocalista de uma das bandas que me introduziu ao mundo do rock tinha acabado de nos deixar. cheguei no ponto que nem sequer estava afim mais de trabalhar depois daquilo.
E o principal de tudo, não conseguia acreditar com a forma que ele tinha partida, segundo a Polícia, tudo indica que ele se suicidou por enforcamento. Aí nesse momento começo a me perguntar: "Como assim? O cara tava aí em turnê, tinha passado recentemente pelo Brasil e lançou material novo em maio, como ele pôde nos deixar assim tão repentinamente?"
Infelizmente, a depressão é um mal que tem assolado muitos na nossa sociedade, e falar sobre isso tem sido um tabu difícil de ser quebrado, por mais que muitos tentem, essa maldita doença agarra sorrateiramente a pessoa e dificilmente se solta dela, até ser tarde demais.
Chester Bennigton morria (coincidentemente, no dia em que a banda lançava um clipe novo), deixando assim, uma geração inteira de fãs órfãos, geração essa que só passaram a saber o que era rock por conta dele e do Linkin Park, muitos deles, assim como eu, sentiram como se um pedaço de si mesmo tivesse sido tirado a força.
O Linkin Park que foi formado durante os anos 90, mas só passou a ter uma maior visibilidade a partir dos anos 2000 após o lançamento do álbum Hybrid Theory, que foi um sucesso de venda na época. Após isso, veio outro grande sucesso, o disco Meteora lançado em 2004, que mostrava que o Linkin Park tinha vindo para ficar.
Em 2007, a banda lança o Minutes to Midnight, disco esse que já mostrava que a banda começava a entrar um pouco em uma nova fase, saindo um pouco do New Metal que o consagraram, fase essa que se firmou a partir do disco A Thousand Sun, lançado em 2010, que já começava a apresentar uma pegada mais eletrônica. Em 2012, é lançado o Living Things, que ainda se apresentava na linha mais eletrônica, em 2014, veio o The Hunting Party, que colocou novamente a banda na pegada do som mais pesado.
Em 2017, a banda lança o disco One More Light, trabalho esse que passaria a dividir de vez a opinião dos fãs, mais do que os seus três antecessores, por apresentar uma pegada muito mais pop e completamente diferente do que qualquer outro trabalho do grupo lançado anteriormente.
E em meio a essa "divisão" dos fãs em relação aos seus trabalhos atuais, Chester nos deixa, o que me faz imaginar se essa questão não teria sido um dos fatores que o fez tomar a decisão que tomou, já que em entrevistas recentes ele chegou a se mostrar chateado com os fãs que o enchiam o saco pedindo para que a banda voltasse a soar da forma que soava na época do Hybrid Theory (faço um mea culpa aqui, pois fiz parte dessa parcela de fãs chato).
Mas após o ocorrido, imagino que independente desses detalhes que acabei de contar, a reação imediata de todos os fãs do Linkin Park foi ouvir todos os trabalhos da banda de cabo a rabo, até mesmo aqueles que menos curtiram (como foi o meu caso com o A Thousand Sun e o One More Light).
Além do Linkin Park, Chester também teve participações em outros projetos, como a banda Dead By Sunrise e a lendária banda Stone Temple Pilots.
E o que mais me dói pensar é que é que o Linkin Park veio tocar no Brasil em maio no Maximus Festival, e por pouco não me planeei para ir vê-los tocar, agora, essa foi uma chance que nunca mais terei novamente, vocês imaginam o meu remorso nesse momento.
Mas no fim, isso não tem importância, não é mesmo? =/
Descanse em paz Chester, e obrigado por tudo que você fez pela música, e por fazer parte não só da minha vida, mas também da de todos os fãs do Linkin Park, que nesse momento cantam suas músicas em uma só voz.
Enquanto ao Linkin Park em si, o futuro é incerto, e o que podemos fazer no momento é esperar uma pronunciamento oficial por parte dos outros integrantes.
Vamos relembrar um pouco os grandes hits do Chester, tanto no Linkin Park quanto em seus outros projetos:

sábado, 15 de abril de 2017

História Por Trás da Canção: "Sua Estupidez" de Erasmo e Roberto Carlos

Um dos maiores destaques do álbum de 1969 de Roberto Carlos, "Sua Estupidez" é uma da canções mais famosas do artista. Com influências da soul music estadunidense, Sua Estupidez marca um período de transição do cantor, do repertório juvenil da Jovem Guarda à música romântica.

Em uma entrevista, Roberto Carlos diz que a letra era "um grito de alerta às pessoas que amam, mas vivem infelizes porque dão muito valor a detalhes insignificantes." Na mesma entrevista, ele revela que a letra foi composta em uma manhã após uma noite chuvosa. "Acordei um pouco cansado de tudo, das coisas inúteis que passam a ser importantes para que não entende nada do valor dos sentimentos. É horrível conviver com gente "emburrecida" por qualquer coisinha."


No livro "Roberto Carlos Em Detalhes", do historiador Paulo Cesar de Araújo, ainda foi revelado que a canção era um recado direto para Cleonice Rossi Martinelli, então esposa do cantor. Seus versos já anteviam o fim do matrimônio de Roberto e Nice, embora isso só viesse a ocorrer no final da década de 70.


Assista uma versão acústica de "Sua estupidez" do Especial do Rei em 1995




LETRA:

Meu bem, meu bem
Você tem que acreditar em mim
Ninguém pode destruir assim
Um grande amor
Não dê ouvidos à maldade alheia
E creia
Sua estupidez não lhe deixa ver
Que eu te amo

Meu bem, meu bem
Use a inteligência uma vez só
Quantos idiotas vivem só
Sem ter amor
E você vai ficar também sozinha
E eu sei por que
Sua estupidez não lhe deixa ver
Que eu te amo

Quantas vezes eu tentei falar
Que no mundo não há mais lugar
Pra quem toma decisões na vida sem pensar
Conte ao menos até três
Se precisar conte outra vez
Mas pense outra vez
Meu bem, meu bem, meu bem
Eu te amo

Meu bem, meu bem
Sua incompreensão já é demais
Nunca vi alguém tão incapaz
De compreender
Que o meu amor é bem maior que tudo
Que existe
Mas sua estupidez não lhe deixa ver
Que eu te amo

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Ela queria mesmo ser a Cássia Eller



Por Ed Siqueira




Já diz os versos  “Eu quero a sorte de um amor tranquilo”. Eu queria ter a sorte de ter assistido um show da Cássia Eller. A garotinha carioca que não usava meias 3/4  passava longe de ser uma configuração da garota de Ipanema.15 anos se passaram, hoje em uma quinta feira de sol, acordo às 06h30min e ouço no rádio “Por enquanto” autoria de Renato Russo, era a Cássia cantando, tão Cássia, aquele jeito de entender que nada é pra sempre, mesmo acreditando em uma eternidade com data para acabar. Refiz algumas coisas na minha rotina e quando som do automóvel do meu vizinho também experimentou ser Cássia, “O segundo sol” ecoava pela vizinhança e explicava que a obra é mais forte que a morte, prevalecendo sempre a voz rouca e incomparável de uma artista que não se prendia a gênero e fazia da música seu brinquedo preferido.Todos nós somos um pouco Cássia Eller, um pouco tímido, um pouco rock and roll, um pouco sambista, um pouco moleque travesso, o problema Cássia é que “Aeronaves seguem pousando sem você desembarcar”.        


15 canções que ficaram eternizadas na voz de Cássia Eller:



Por enquanto
(Renato Russo)



O segundo sol
(Nando Reis)




Palavras ao vento
(Marisa Monte - Moraes Moreira)




Todo amor que houver nessa vida
(Cazuza - Frejat)





Gatas extraordinárias
(Caetano Veloso)





As coisas tão mais lindas
(Nando Reis)





Relicário
(Nando Reis)





Partido alto
(Chico Buarque)






Admirável gado novo
(Zé Ramalho)




ETC
(Carlinhos Brown / Marisa Monte / Nando Reis )






No recreio
(Nando Reis)







Meu Mundo Ficaria Completo (Com Você)
(Nando Reis)






Nós
(Tião Carvalho)





All star
(Nando Reis)







Malandragem
(Cazuza - Frejat)




terça-feira, 29 de novembro de 2016

George Harrison - A homem, a lenda, o espírito, o Beatle

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Por: Lucas Rigaud

Há 15 anos, George Harrison, o eterno guitarrista, cantor e compositor que deu alma à música da banda britânica The Beatles, muito debilitado por conta do câncer que batalhava desde os anos 90, estava rodeado de muito amor e carinho pela sua esposa, Olivia, seu filho, Dhani, e alguns amigos íntimos, até murmurar suas sábias e últimas palavras: “Amai-vos uns aos outros”.

 Conformado que não teria muito tempo de vida, George partiu para fora do mundo material de maneira tranquila e feliz, longe das câmeras e da chateação da mídia. Em uma das suas últimas entrevistas, foi praticamente pego de surpresa durante uma corrida de Fórmula 1, uma das maiores paixões do músico; apesar de ter primeiramente recusado falar com a repórter que o abordou, Harrison mudou de ideia, mostrando ao mundo pela última vez sua simpatia e humildade. O eterno Beatle não acreditava que o corpo era mais importante que alma, o que, de fato, não é; jamais quis que a mídia registrasse seu corpo enquanto estava se deteriorando, por conta da doença. De acordo com um amigo: “George Harrison não queria a sua fotografia num caixão como epitáfio”.

 George Harrison, na humilde opinião dos Mestres Sonoros, foi e sempre vai ser o verdadeiro mestre do quarteto de Liverpool. Sua simplicidade, humildade e genialidade eram, infelizmente, pouco reconhecidas durante os Beatles, quando a atenção era voltada para os "líderes" da banda, John e Paul. Porém, em carreira solo, Harrison foi o primeiro do Fab Four a obter sucesso, recebendo altos elogios e, finalmente, sendo reconhecido como o gênio que sempre foi.

George Harold Harrison nasceu em Liverpool, Inglaterra, no dia 24 de fevereiro de 1942, porém a data "oficial" de seu aniversário é comemorada em 25 do mesmo mês. Foi o último de quatro filhos do motorista de ônibus Harold Hargreaves Harrison e da funcionária de lojas Louise. George nasceu de uma família católica e descendente de irlandeses.

 A primeira escola que cursara foi a Escola Primária de Dovedale, próximo a Penny Lane, onde curiosamente também fora local de estudo de John Lennon. Passando em seus exames finais, Harrison conseguiu uma vaga no Liverpool Institute For Boys, onde ficou de 1954 a 1959. George disse que, quando tinha 12 ou 13 anos, ele teve uma "epifania" — andando de bicicleta pela vizinhança, ele ouviu "Heartbreak Hotel", de Elvis Presley, tocando em uma casa próxima, e ficou chocado. Ainda que, à época, ele tivesse tido um bom desempenho escolar, ele já havia perdido o interesse pelos estudos. Com 14 anos, ele se sentava ao fundo da sala de aula, tentando desenhar guitarras nos livros escolares: "Eu estava completamente vidrado em guitarras. Eu ouvi que um garoto na escola tinha uma guitarra de três libras e dez xelins, era só um pequeno buraco acústico. Eu pedi três libras e dez xelins à minha mãe; isso era bastante dinheiro pra nós." Harrison comprou um violão Dutch Egmond. Enquanto estava no Liverpool Institute, Harrison formou um grupo de skiffle com seu irmão Peter e um amigo chamado Arthur Kelly. Foi nessa escola que ele conheceu Paul McCartney, que era um ano mais velho. McCartney, posteriormente, se tornaria membro da The Quarrymen, banda de John Lennon, à qual Harrison se juntaria, em 1958.

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 Ao perder interesse pelo skiffle, John Lennon começou a tocar mais rock'n roll e, como já fora mencionado, George entrou na banda em 1958 quando Rod Davis, que tocava banjo, saiu do grupo. Posteriormente, Stuart Sutcliffe (chamado também de Stu) também entrou para a banda como baixista. No verão do mesmo ano, eles gravaram em um disco de acetato de 78-rpm as canções "That'll Be the Day"(composição de Buddy Holly) e "In Spite of All the Danger" (composição de McCartney e Harrison).

   Em 1960, a banda trocou de nome 5 vezes. Stu sugeriu o nome The Beetles (os besouros) em homenagem a banda The Crickets (os grilos), de Buddy Holly. Após uma tournê com Johnny Gentle na Escócia, eles mudaram definitivamente o nome para The Beatles.

 Nos Beatles, a primeira música cantada, mas não escrita, por Harrison foi "Do You Want To Know A Secret", que está no primeiro álbum lançado pela banda chamado Please Please Me. A primeira canção escrita pelo Beatle encontra-se no álbum With The Beatles e se chama "Don't Bother Me". Essa canção fora escrita quando George estava doente de cama em quarto de hotel. A música se tornou curiosa por ser completamente diferente das escritas pela dupla Lennon-McCartney, com um vocabulário mais ousado e frases como: "Vá embora, deixe-me sozinho, não me pertube." Porém, George adquiriu mais sucesso interpretando a canção "Roll Over Beethoven" de Chuck Barry, presente no mesmo álbum.

 No começo da histórica banda, Harrison era visto como apenas um garoto pelos outros integrantes, por o mais jovem entre eles. No auge da Beatlemania, George ganhou o apelido "Quiet Beatle" (Beatle calmo/Beatle quieto) devido à sua timidez e tendência de falar pouco em entrevistas.

  Um dos marcos mais importantes de sua carreira aconteceu durante a turnê nos E.U.A em 1965, quando David Crosby, integrante da banda The Birds, introduziu George à cultura indiana através dos trabalhos do então músico Ravi Shankar. Shankar ensinou ao Beatle tocar cítara, um instrumento de cordas indiano com som mágico e magnífico. George ficou completamente apaixonado pelo som indiano e se tornou um dos principais responsáveis pela introdução da música indiana nos anos 60. Sua primeira introdução de cítara em uma música pop ocorreu na canção "Norwegian Wood" do álbum Rubber Soul.

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 Outro importante acontecimento na vida de George ocorreu durante as filmagens de Help! em 1965, nas Bahamas. Na época, ele começou a se interessar pela religião hindu ao ler um livro sobre reencarnação. Em 1966, ele e sua mulher Pattie Boyd foram à Índia, onde ele conheceu vários gurus, locais sagrados e estudou o sitar. De volta a Inglaterra, George conheceu Maharishi Mahesh Yogi e começou a desenvolver a meditação transcendental. Influenciados por George Harrison, os Beatles foram à Índia fazer meditação espiritual em 1968. Em 1969, produziu o single "Hare Krishna Mantra", interpretado por devotos do templo londrino de Radha-Krishna. No mesmo ano, ele e John Lennon conheceram Bhaktivedanta Swami Prabhupada, fundador da Sociedade Internacional para a Consciência de Krishna (ISKCON). Pouco depois, Harrison abraçaria a tradição Hare Krishna, em particular o canto de mantra usado como meditação privada e chamado japa-yoga, tecnicamente similar ao rosário na tradição católica.

  Em 1966, a partir do álbum Revolver, George começou a demonstrar talento tão incrível quanto ao da dupla Lennon-McCartney, compondo canções de alta qualidade e conseguindo lançar 3 músicas suas no álbum. Em 1968, sua música "While My Guitar Gently Weeps" se tornou a composição de maior sucesso do Beatle, esta está incluída no White Album - The Beatles.

 "Something" foi sua primeira canção a ser lado A de um compacto dos Beatles, a canção também é consideradas uma das mais belas da história e, depois de "Yesterday", é a canção mais regravada dos Beatles. Muitos consideram essa como a melhor composição de Harrison.

 Antes do fim da banda, George já havia lançado dois álbuns solo: Wonderwall Music, de 1968, e Electronic Sound, de 1969. Após a separação da banda, George Harrison foi o Beatle de carreira solo mais vitoriosa. Seu primeiro álbum pós-beatles foi um grande sucesso de público e critica. O All Things Must Pass, de 1970, é considerado por muitos como o melhor trabalho solo de um Beatle e um dos melhores discos da história. Sucesso como "My Sweet Lord", "Isn't It a Pity" e "What is Life" fizeram o álbum atingir o primeiro posto das paradas de sucesso britânicas e norte-americana.

 O maior fato ocorrido em sua carreira foi em 1971: pela primeira vez na história do rock, George Harrison organizou um show humanitário: O The Concert For Bangladesh. O show aconteceu em 1 de agosto no Madison Square Garden, de Nova York, reuniu cerca de 40.000 pessoas e contou com a participação de Eric Clapton, Ravi Shankar, Bob Dylan, Ringo Starr, Leon Russell, Billy Preston e o grupo Badfinger. Os outros ex-Beatles também foram chamados mas só Ringo Starr compareceu. Paul alegou ser muito cedo para reunir a banda novamente e John não compareceu porque o convite não se estendeu a sua esposa, Yoko Ono. O The Concert For Bangladesh foi feito com a finalidade de arrecadar fundos para refugiados de Bangladesh. Em 2005 o álbum foi relançado em CD e em DVD e as arrecadações foram doadas à Unicef.



De forma adicional ao seu próprio trabalho, George Harrison escreveu duas canções para Ringo Starr, "It Don't Come Easy" (creditada apenas a Ringo Starr, lançada como single) e "Photograph" (parceria entre Harrison/ Starr), incluída no álbum Ringo, de 1973. Colaborou com o álbum Imagine (1971), de John Lennon, assim como nas canções "You're Breakin' My Heart" de Harry Nilsson, "Day After Day" de Badfinger, "That's The Way God Planned It" de Billy Preston e "Basketball Jones" de Cheech & Chong.

  No seu disco Living in the Material World, de 1973, está presente a canção "Give me Love (Give me Peace on Earth)", segunda a atingir o primeiro lugar das paradas norte-americanas depois de "My Sweet Lord".

 Em 1980, após o assassinato de John Lennon, George escreveu a canção "All Those Years" em sua homenagem e chamou Paul McCartney, Linda McCartney e Ringo Starr para participarem da gravação. Em 1987, George lançou o álbum Cloud 9, que foi produzido por Jeff Lynne (Electric Light Orchestra). Depois de 5 anos, foi uma volta com reconhecimento de público e de crítica.

George convidou mais uma vez alguns amigos para participar do álbum: Eric Clapton, Ringo Starr e Elton John, além do próprio Jeff Lynne. A canção "I got my mind set on you", escrita por Rudy Clark na década de 1960, atingiu o primeiro lugar nos Estados Unidos e segundo na Inglaterra. A canção "When We Was Fab" em referência aos Beatles conseguiu sucesso mais modesto. No video clip desta canção George aparerece junto com Ringo Starr e Paul McCartney, este fantasiado de leão marinho em homenagem às fantasias usadas no filme Magical Mystery Tour. O álbum alcançou o posto de número 8 nas listas de sucessos dos Estados Unidos e o número 10 nas britânicas, dando a Harrison seu melhor resultado desde Living in the Material World.

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 Na década de 90, George foi diagnosticado com câncer de pulmão e enfrentou diversas cirurgias para elimina-lo. Porém, em 2001 o câncer voltou em metástase. Apesar de tantos tratamentos, a doença já estava no seu estado terminal e o Beatle sabia que não lhe restava muito tempo de vida.
 No dia 29 de novembro de 2001, nosso querido George nos deixou e partiu para um lugar melhor ao lado de sua Divindades. Seu corpo foi cremado e suas cinzas jogadas no rio Ganges (ou no rio Yamuna) na Índia.

 Exatamente um ano após sua morte, Olívia Harrison, sua mulher, e Eric Clapton, seu amigo, organizaram o Concert for George, no Royal Albert Hall, em Londres. O concerto contou com a presença do filho de George, Dhani, além de grandes amigos como Paul McCartney, Ringo Starr, Eric Clapton, Billy Preston, Ravi Shankar, Tom Petty, Jeff Lynne, Jim Capaldi, Jools Holland, Albert Lee, Sam Brown, Gary Brooker, Joe Brown, Brian Johnson, Ray Cooper, integrantes do Monty Python e Tom Hanks.

 George Harrison ocupa o 11º lugar na lista dos 100 maiores guitarristas da história segunda a revista Rolling Stone e sem dúvida é um músico que mudou completamente o solo estilo rock'n roll e que jamais será esquecido.


 A simplicidade, humildade, o silêncio por fora, mas por dentro uma alegria inesgotável, as letras, a voz, os solos, tudo isso fez desse homem um dos maiores gênios musicais que o mundo já viu. Agora, George pode tocar seu inesquecível solo de guitarra ao lado do seu “Doce Senhor” por toda a eternidade, enquanto gentilmente choramos de saudade.

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