O Ghost é uma banda que divide opiniões tanto dentro do metal quanto fora dele, simplesmente ou você os ama ou os odeia amargamente, não existe meio termo. Para aqueles que não são do estilo, o visual "satânico" choca, principalmente para aqueles mais religiosos, e para os que são do meio metal, o que pesa é a questão da sonoridade (já que pelo menos a grande maioria não se importa muito com questões religiosas nas músicas, mesmo tendo suas crenças) que alguns gostam, e outros não.
Mas enfim, que o Ghost é uma banda um tanto que excêntrica isso não é novidade pra seu ninguém, mas o foco agora não é esse. Nessa postagem não farei uma análise geral do trabalho do Ghost, e sim, apenas de uma música em específico. Essa música, é a faixa número 9 do primeiro álbum da banda, o "Opus Euponymous" (2010), que é intitulada de "Genesis".
E essa análise que falarei pra vocês, foi muita mais feita pelo meu pai do que por mim mesmo, porque uma vez estávamos eu e ele ouvindo essa música, e quando o disse o nome dela, meu velho fez uma análise dela que me deixou surpreso, porque foi uma coisa que nem mesmo eu que sou um grande fã da banda tinha pensado antes e que fez completo sentido. Não sei se algum outro fã já havia olhado por esse lado antes, mas de qualquer forma, eis aqui o que ele disse e vejam se vocês concordam com esse ponto de vista.
Bom, pra isso, acho melhor vocês ouvirem a música agora e depois ouvirem ela novamente após o fim da análise para melhor compreenderem isso tudo:
Supondo que vocês já tenham dado uma primeira ouvida, certamente viram que se trata de uma faixa completamente instrumental, e que na minha opinião, é o fator que faz essa música ser genial, e vocês entenderão o porquê.
Não é necessário ser nenhum especialista em teologia pra se saber que "Genesis" significa "origem", coisa que qualquer que conhece o básico de religião sabe. E como vocês devem saber bem, é no livro "Gênesis" da Bíblia que se encontra as histórias sobre a origem do universo nas visões cristãs e judaicas (exemplo: a história de Adão e Eva, a Arca de Noé e a Torre de Babel), e é meio que essa ideia que a música segue.
Aí você pergunta: Como assim?
Simples, a banda quis através apenas da instrumentalidade, descrever todo o processo de criação do universo, contando uma história sem falar basicamente uma palavra, coisa que na minha opinião, eles conseguem perfeitamente.
Após ler tudo que tenho pra dizer, peço para que você ouça a música novamente, mas dessa vez analisando todos os pontos que irei apontar agora.
Começando com o início, que é feito com uma intro simples de teclado, seguidos de alguns arranjos de guitarra e bateria, de uma forma como se o som estivesse "crescendo" aos poucos, isso representaria o início da criação, onde Deus estaria se preparando para criar o universo. Logo após, se começa um solo de guitarra contínuo acompanhado ao fundo com o resto dos instrumentos, causando a atmosfera tensa que é típica das músicas do Ghost, e aos poucos, o ritmo da música vai ficando mais rápido. Esse momento da música, representa o mundo sendo criado, e o quanto mais rápida a música fica, maior fica a "intensidade" do acontecimento, tendo em alguns momentos, seus picos e suas partes um pouco mais "calmas".
E assim a música segue, até chegar em seu principal momento de agitação, e logo em seguida, ir pra calmaria, onde a faixa é finalizada ao som calmo de uma viola, seguida de um solo da mesma, que representa Deus finalizando a criação do universo e indo descansar ao sétimo dia.
Agora, ouçam a música novamente e prestem a atenção nesses detalhes, e depois me digam se isso tudo que estou dizendo faz sentido ou não.
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